Mundo

Ex-presidentes da América Latina pedem mediação na Venezuela

O Conselho Permanente da OEA se reúne na próxima quinta para debater se o relatório sobre a crise na Venezuela justifica a implementação da Carta Democrática


	Nicolás Maduro: Conselho Permanente da OEA se reúne na próxima quinta para debater se o relatório sobre a crise no país justifica implementação da Carta Democrática
 (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Nicolás Maduro: Conselho Permanente da OEA se reúne na próxima quinta para debater se o relatório sobre a crise no país justifica implementação da Carta Democrática (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 21h26.

Um grupo de 30 ex-presidentes da América Latina pediu nesta sexta-feira aos países da Organização dos Estados Americanos (OEA) que ativem uma mediação da crise na Venezuela, menos de uma semana antes da sessão que examinará a situação da democracia na Nação sul-americana.

"Concordamos com você sobre a importância do diálogo, para que seja possível e real a cooperação coletiva da OEA na normalização democrática da Venezuela", assinalaram os ex-presidentes em carta aberta dirigida ao secretário-geral, Luis Almagro.

Os ex-presidentes Alejandro Toledo (Peru), Laura Chinchilla (Costa Rica) e Jorge Quiroga (Bolívia) entregaram a carta a Almagro na sede da OEA, em Washington, pedindo ao organismo que ative gestões diplomáticas na Venezuela durante a reunião da próxima semana.

O Conselho Permanente da OEA se reúne na próxima quinta-feira, em sessão extraordinária, para debater se o forte relatório de Almagro sobre a crise política, econômica e humanitária na Venezuela justifica a implementação da Carta Democrática Interamericana.

"Queremos fazer um apelo ao Conselho Permanente para que haja uma análise profunda e não um silêncio cúmplice", disse Chinchilla, acompanhada de Toledo e Quiroga, após se encontrar com Almagro.

Os ex-presidentes também defenderam que se permita uma intervenção do presidente do Parlamento venezuelano, o opositor Henry Ramos Allup, durante a sessão extraordinária.

O grupo espera que o Conselho Permanente implemente a Carta Democrática, o mecanismo vigente desde 2001 para casos de alteração ou quebra da ordem constitucional de um país, que em casos extremos pode levar à suspensão da OEA.

Quiroga explicou os quatro ingredientes para o diálogo na Venezuela: a realização de um referendo revogatório presidencial, a libertação de opositores presos, o reconhecimento do Executivo ao Congresso e a abertura de canais humanitários para distribuir comida e medicamentos.

A carta representa um forte apoio às gestões de Almagro sobre a Venezuela.

O documento é firmado pelos ex-presidentes reunidos na Iniciativa Democrática de Espanha e Américas (IDEA): Ricardo Lagos e Eduardo Frei (Chile), Fernando Henrique Cardoso; Álvaro Uribe, Andrés Pastrana e César Gaviria (Colômbia), Vicente Fox e Felipe Calderón (México), Luis Alberto Lacalle (Uruguai), José María Aznar, (Espanha), Laura Chinchilla, Alejandro Toledo e Jorge Quiroga, além de outros líderes de Equador, Panamá, Argentina e El Salvador.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaNicolás MaduroOEAPolíticosReferendoVenezuela

Mais de Mundo

Seul afirma que Pyongyang colocou dezenas de milhares de minas na fronteira entre as Coreias

Mais forte que heroína, México diz que trabalha 'duro' para impedir que fentanil chegue aos EUA

Houthis ameaçam EUA com armas nunca antes utilizadas

Cuba reconhece que deve dolarizar parcialmente sua economia para recuperar moeda nacional

Mais na Exame