Mundo

Ex-presidente se diz responsável por falência da Pluma

As admissões de culpa chegam no mesmo dia que a Cãmara dos Deputados aprovou, após acirrado debate, o projeto de lei para a liquidação da companhia aérea

O vice-presidente do Uruguai Danilo Astori: Astori disse que seu erro foi tentar achar uma saída desesperada para a Pluna em 2007 (Wikimedia Commons)

O vice-presidente do Uruguai Danilo Astori: Astori disse que seu erro foi tentar achar uma saída desesperada para a Pluna em 2007 (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 18h43.

Montevidéu - O ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez e o atual vice-presidente do país, Danilo Astori, admitiram nesta terça-feira sua responsabilidade na falência da companhia aérea Pluna, por terem impulsionado a venda da companhia aérea ao consórcio argentino Leadgate, em 2007.

Em um gesto incomum, Astori, que em 2007 era ministro da Economia de Vázquez, enviou uma carta à Agência Uypress. No texto, o vice-presidente indicava o desejo de "assumir plena e totalmente" sua responsabilidade pelo erro.

Além disso, Astori procurou respaldar a decisão do Governo de liquidar a companhia, como a "única saída para preservar os interesses nacionais".

Pouco depois de ser informado sobre a nota de seu ex-ministro, o Tabaré Vázquez enviou outro comunicado à imprensa, intitulado "Nos equivocamos". O ex-presidente apontava que ele é "o principal responsável pelo erro" de apostar na Leadgate, com "seu respaldo e aprovação explícita".

Astori disse que seu erro foi tentar achar uma saída desesperada para a Pluna em 2007, com a intenção de terminar "de uma vez por todas o permanente repasse de recursos públicos destinados a financiar os maus resultados" da empresa.

O vice-presidente justificou a decisão por a empresa de aviação uruguaia estar com sérios problemas financeiros, herança de "uma desastrosa gestão que tinha começado em 1995", responsabilizando a decisão dos hoje opositores do Partido Nacional de privatizar a Pluna e entregá-la a Varig.

Para ex-ministro da Economia, "a gestão da Leadgate não foi a que o país esperava e necessitava", contudo.

As admissões de culpa chegam no mesmo dia que a Cãmara dos Deputados aprovou, após acirrado debate, o projeto de lei para a liquidação da companhia aérea, o leilão de seus aviões e a possibilidade de entregar suas rotas a outras companhias.

No dia 9 de julho, no momento do anúncio da quebra, a Pluna operava cerca de 250 voos semanais, com rotas entre Argentina, Brasil, Chile e Paraguai, o que representa cerca de 80% do total de voos do Uruguai. A empresa acumulava US$ 27 milhões (cerca de R$ 55 milhões), com a empresa estatal uruguaia de combustíveis Ancap.

No dia 15 de junho, o Governo uruguaio anunciou acordo para uma saída ordenada da Leadgate, que tinha 75% das ações da Pluna, enquanto o Estado possuía os 25% restantes.

Após a intervenção, o Governo deu um prazo deu um prazo de um mês para investidores interessados em adquirir a empresa, que não apareceram. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEmpresasFalênciasUruguai

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro