Garcia: o ex-presidente teve o pedido de asilo negado pelo Uruguai (Guadalupe Pardo/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 14h30.
Lima - O ex-presidente do Peru Alan García saiu da residência do embaixador do Uruguai em Lima nesta segunda-feira, após o governo uruguaio ter rejeitado o pedido de asilo diplomático apresentado há 20 dias, informou o chanceler peruano, Néstor Popolizio.
García é investigado por suposto envolvimento em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um escândalo de propinas pagas pela Odebrecht na construção da Linha 1 do metrô de Lima.
O ex-mandatário saiu da residência antes da divulgação da rejeição ao pedido. García aparentemente usou um carro alugado, segundo imagens divulgadas pelo "Canal N" da televisão peruana.
"Recebi a informação do embaixador (uruguaio) Carlos Barros que (Alan García) já saiu da embaixada. Ele é livre para circular, só tem um impedimento de saída do país", declarou Popolizio à emissora "RPP Noticias".
A informação foi confirmada pouco depois pelo embaixador Barros, que conversou com os jornalistas posicionados nos arredores de sua residência.
"O Uruguai não concedeu o asilo ao ex-presidente Alan García, ele já saiu desta residência, todo o resto está por conta dos governos. Voltemos à paz", afirmou Barros.
Popolizio detalhou que conversou com o embaixador uruguaio, Rodolfo Nin, que o ligou para dizer "que tinham tomado a decisão de não conceder o asilo ao ex-presidente Alan García".
"Ele me disse que tinha levado em consideração a informação dada pelo Peru, que tinham feito uma análise jurídica e chegaram à conclusão que não há uma perseguição política", ressaltou.
O chanceler peruano acrescentou que esta decisão do presidente Tabaré Vázquez permite notar que existem "afirmações em nível internacional de que no Peru existe democracia, divisão de poderes, Estado de direito e devido processo".
"Acredito que esta decisão preserva o bom estado das relações bilaterais", concluiu.
No momento de anunciar a decisão, o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, enfatizou que no Peru "funcionam livremente os três poderes do Estado".
"Não concedemos o pedido de asilo porque no Peru funcionam autônoma e livremente os três poderes do Estado, e é o Poder Judiciário que está tocando as investigações", expressou em alusão ao argumento de García, que se considera um perseguido político.