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Ex-presidente do Peru presta depoimento por lavagem de ativos

A intimação aconteceu depois da delação de Marcelo Odebrecht sobre uma contribuição de US$ 3 milhões para a campanha de Humala

Humala: Barata declarou ao promotor Hamilton Castro, responsável pelo caso Odebrecht, que entregou US$ 1 milhão a Heredia em dinheiro em um apartamento de Humala em Lima (foto/AFP)

Humala: Barata declarou ao promotor Hamilton Castro, responsável pelo caso Odebrecht, que entregou US$ 1 milhão a Heredia em dinheiro em um apartamento de Humala em Lima (foto/AFP)

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EFE

Publicado em 26 de abril de 2017 às 16h34.

Lima - O ex-presidente de Peru, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, se apresentaram nesta quarta-feira para prestarem depoimento ao promotor Germán Juárez, que os investiga pelo suposto crime de lavagem de capitais, por causa das contribuições recebidas pelo Partido Nacionalista nas campanhas eleitorais de 2006 e 2011.

Ao chegar à sede do Ministério Público peruano ao lado de sua esposa, Humala informou aos jornalistas que só dará declarações quando terminar a audiência.

Juárez investiga Herédia pelas contribuições e doações recebidas pelo Partido Nacionalista durante as campanhas em que Humala foi candidato.

A ex-primeira-dama e também ex-presidente do Partido Nacionalista está incluída nesta investigação como suposta autora de um crime de lavagem de capitais na modalidade de conversão em detrimento do Estado peruano e como suposta coautora do mesmo delito na modalidade de ocultação.

Além de Heredia, a investigação inclui seu irmão e tesoureiro do Partido Nacionalista, Ilán Heredia, sua mãe, Antonia Alarcón, e sua amiga Rocío Calderón.

Humala foi incluído na investigação em outubro do ano passado e não pode sair do país sem autorização prévia de um juiz.

A intimação ao ex-governante e sua esposa aconteceu depois da divulgação de declarações do ex-presidente da construtora brasileira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e do ex-chefe da companhia no Peru, Jorge Barata, sobre uma contribuição de US$ 3 milhões para a campanha de Humala em 2011.

Barata declarou ao promotor Hamilton Castro, responsável pelo caso Odebrecht, que entregou US$ 1 milhão a Heredia em dinheiro em um apartamento de Humala em Lima, a pedido do Partido dos Trabalhadores do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

A Justiça peruana revogou esta semana a proibição que Heredia tinha para sair do país, que exigia a autorização prévia de um juiz, mas Humala esclareceu que não tem planos de viajar para o exterior por enquanto.

Heredia foi nomeada como diretora do escritório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês) em Genebra, na Suíça, mas se encontra de licença sem remuneração até que possa assumir suas funções.

O promotor Juárez também intimou Heredia para que se apresente ao tribunal nos dias 2 e 8 de maio, e Humala para 11 de maio.

No Peru, a Odebrecht admitiu que pagou US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014 a funcionários e autoridades para conseguir a concessão de obras públicas em um período que compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

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