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Ex-chefe Mossad acredita que Obama foi inocente com Primavera Árabe

Atual ocupante da Casa Branca deveria ter seguido uma doutrina muito mais "pragmática" para evitar a anarquia, segundo ex-dirigente do serviço de espionagem de Israel

Obama participou hoje de cerimônia de homenagem às vítimas do 11 de setembro (Getty Images)

Obama participou hoje de cerimônia de homenagem às vítimas do 11 de setembro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2011 às 19h13.

Herzliya - O ex-chefe do Mossad (serviço de inteligência de Israel) Shabtai Shavit acredita que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou "inocência" ao enfrentar as possíveis consequências da Primavera Árabe, e que o Ocidente enfrenta o risco de uma "islamização" no mundo árabe.

"Obama preferiu às massas antes que seus aliados históricos na região. Preferiu às massas apesar de não ter líderes, nem plano nem agenda (política)", disse Shavit no discurso de abertura da XI Conferência Mundial Antiterrorista, na qual se analisa o impacto da Primavera Árabe e o fenômeno do terrorismo uma década depois do 11-9.

Segundo o especialista, que dirigiu o serviço de espionagem de Israel entre 1989 e 1996, o atual ocupante da Casa Branca deveria ter seguido uma doutrina muito mais "pragmática" para evitar a anarquia, e na qual os históricos líderes da região permanecessem em seus cargos para efetuar as reformas de democratização que a população exigia.

O ex-chefe acrescentou que Obama se deixou levar pelo "idealismo liberal" de que em sua juventude tinham sido testemunhas da queda do Muro de Berlim e o desmoronamento da antiga União Soviética, mas "o mundo árabe não é Europa Oriental".

"Na Europa oriental havia tradição cívica, ajuda dos países ocidentais e uma liderança indiscutível da então única potência mundial, EUA", sustentou sobre umas condições que, alegou, "não se deram" no Oriente Médio.

E advertiu dos perigos que a situação em alguns países que mudaram de regime pode ter no futuro, sobretudo no que tem a ver com a islamização e o terrorismo.

A conferência, que reúne mais de 1,2 mil analistas de todo o mundo em temas de segurança, terrorismo e defesa, tem como motivo central um ato de lembrança às vítimas do 11/9, convocado para após um discurso especial do ministro da Defesa, Ehud Barak.

Nos três dias de debates, os participantes analisarão o futuro da estratégia antiterrorista na era pós Osama bin Laden, o impacto regional e internacional da Primavera Árabe, e as ramificações da próxima votação na ONU para o reconhecimento de um Estado palestino.


Na sessão deste domingo sobre este último assunto, os conferentes não se puseram de acordo sobre as consequências que terá a votação, e enquanto o ministro israelense de Infraestruturas, Uzi Landau, pedia a seu Governo "medidas unilaterais recíprocas", o ex-chefe do Exército Amnon Shahak exortou a controlar o radicalismo nos dois povos. 

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