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Evo Morales anuncia candidatura à presidência da Bolívia em 2025

A decisão de Morales sacramenta o rompimento com Luís Arce, atual presidente do país e seu ex-ministro da economia, e o racha dentro do partido Movimento ao Socialismo

Evo Morales: ex-presidente deve disputar com o seu herdeiro político o posto de presidenciável do MAS (AIZAR RALDES/AFP/Getty Images)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de setembro de 2023 às 11h19.

Última atualização em 25 de setembro de 2023 às 14h49.

O ex-presidente Evo Morales anunciou no domingo, 24, que vai se candidatar à presidência da Bolívia em 2025. Em publicação no X, antigo Twitter, Morales afirmou que foi "obrigado" a tomar esta medida pelos "ataques do governo", que ele acusa de atentar "fisicamente" contra a sua vida.

"Obrigado pelos ataques do governo, decidi aceitar os pedidos da militância e de tantos irmãos e irmãs que participam de comícios em todo o país para ser candidato à Presidência de nossa querida Bolívia", escreveu o ex-presidente.

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A decisão de Morales sacramenta o rompimento com Luís Arce, atual presidente do país e seu ex-ministro da Economia, e o racha dentro do partidoMovimento ao Socialismo (MAS). Nos últimos meses, Morales e a cúpula do governo Arce trocaram acusações. O ex-presidente acusou dois ministros de tentarem envolvê-lo em casos de corrupção, além de afirmar que o governo Arce "foi para a direita".

Agendado para os dias3, 4 e 5 de outubro, o congresso doMAS deve definir quando serão as primárias para definir os candidatos à presidência e vice-presidência em 2025. No poder desde 2020, Arce ainda não confirmou se será candidato à reeleição, mas a disputa no partido deve ser entre ele e Morales. Hoje, a constituição boliviana determina que o mandato de um presidente é de cinco anos, com possibilidade de reeleição apenas uma vez de forma consecutiva.

Renúncia de Evo Morales

Morales foi presidente da Bolívia por quase 14 anos, entre 2006 e 2019. Ele renunciou em novembro daquele ano, depois de acusações de fraude nas eleições que lhe dariam o quarto mandato consecutivo. Ele perdeu o apoio das Forças Armadas do país e viu protestos tomarem conta das ruas da Bolívia, e deixou o país após pressão pública dos militares.

Evo viajou no México e, semanas depois, refugiou-se na Argentina. Com a eleição do seu então herdeiro político em 2020, o ex-presidente voltou ao seu país natal.De acordo com dados doúltimo censo da Bolívia, 40,6% da população se declara indígena. Morales foi o primeiro presidente dessa parcela da população a ser eleito presidente.

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