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EUA tentaram recrutar diplomata russo em Washington, diz Lavrov

O chefe da diplomacia russa assegurou que durante a presidência de Obama "houve um aumento dessa atividade hostil" em relação aos funcionários do país

Sergei Lavrov: o titular negou que os diplomatas americanos sejam perseguidos e vigiados na Rússia (Maxim Shemetov/Reuters)

Sergei Lavrov: o titular negou que os diplomatas americanos sejam perseguidos e vigiados na Rússia (Maxim Shemetov/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 11h36.

Moscou - Os serviços de inteligência dos Estados Unidos tentaram recrutar em abril de 2016 o "número 2" da embaixada da Rússia em Washington, denunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

"Em abril do ano passado, em uma ação sem precedentes, tentaram recrutar o número 2 da embaixada, o ministro-conselheiro. Também tentaram contratar outro de nossos diplomatas de alta categoria, e deixaram US$ 10 mil em seu carro, quando ele não estava, com uma oferta de cooperação", explicou Lavrov.

Em sua primeira entrevista coletiva anual, o chefe da diplomacia russa assegurou que durante a presidência de Barack Obama, sobretudo no segundo mandato, "houve um aumento dessa atividade hostil" em relação aos funcionários de seu país.

Em outra ocasião, denunciou Lavrov, os serviços secretos americanos tentaram recrutar um funcionário do consulado russo quando este comprava remédios para Yevgueni Primakov, ex-primeiro-ministro e ex-titular de Relações Exteriores da Rússia que precisava de fármacos que eram comercializados somente nos EUA.

"É preciso ter um sentido particular e profundo de cinismo e jogo sujo para tentar recrutar alguém em uma situação como essa", opinou o ministro russo.

Por outro lado, o titular de Relações Exteriores negou que os diplomatas americanos, incluído o embaixador, sejam perseguidos e vigiados na Rússia.

"As acusações de que a embaixada dos EUA foi vítima de perseguições durante o governo Obama não têm fundamento. O que fizemos foi impedir atividades de espionagem de representantes americanos que trabalhavam sob cobertura diplomática", afirmou Lavrov.

Além disso, Lavrov denunciou que os diplomatas da setor militar da embaixada dos EUA "gostam muito de viajar" pela Rússia "em carros alugados, sem placa diplomática, para não serem descobertos" pelas forças de segurança.

"Eles foram vistos nas regiões de Kaliningrado, Leningrado, Murmansk (porto da base da Frota Norte), Novorossiysk (porto-base da Frota do Mar Negro), Chechênia. Ao longo da fronteira com o Donbass (leste da Ucrânia), percorreram tudo de cabo a rabo", garantiu o ministro.

Também "participaram de comícios antigovernamentais da oposição russa, comícios não autorizados, de forma clandestina", concluiu Lavrov.

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