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EUA têm nova estratégia de defesa marcada por austeridade

O plano se concentra em eventuais desafios provenientes do Irã e da China, com enfoque para as forças aérea e naval

A "revisão estratégica de defesa" estabelece um enfoque para o Exército americano apropriado a uma época de austeridade (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 22h56.

Washington - O presidente Barack Obama anunciou nesta quinta-feira a nova estratégia de defesa dos Estados Unidos, que prevê redução de forças e um orçamento mais austero, com enfoque no crescimento bélico da China, em detrimento das guerras contra a insurgência.

O plano se concentra em eventuais desafios provenientes do Irã e da China, com enfoque para as forças aérea e naval, em prejuízo de futuras campanhas contra insurgentes, como as realizadas no Iraque e no Afeganistão.

A "revisão estratégica de defesa" estabelece um enfoque para o Exército americano apropriado a uma época de austeridade, na qual a administração Obama se dispõe a cortar 487 bilhões de dólares em gastos militares no período de 10 anos.

Antecipando ataques de seus adversários republicanos em um ano eleitoral, Obama já afirmou que as reduções em matéria de defesa serão limitadas e não afetarão o poder militar do país.

"Sim, nosso Exército será mais leve, mas o mundo inteiro deve saber: os Estados Unidos vão manter sua superioridade militar com forças armadas que serão ágeis, flexíveis e prontas a reagir ao conjunto de circunstâncias e ameaças possíveis contra os interesses do país".

Mas o presidente do Comitê das Forças Armadas da Câmara de Representantes, o republicano Buck McKeon, acusou Obama de "disfarçar a retirada dos Estados Unidos do mundo como uma nova estratégia que despoja a defesa nacional".

O presidente garantiu que o país está "virando a página" após uma década de guerra no Iraque e no Afeganistão, e disse que a nova estratégia se concentrará cada vez mais na Ásia, onde preocupa o crescente poder militar chinês.


"Reforçaremos nossa presença na região Ásia-Pacífico e as reduções orçamentárias não ocorrerão às custas desta região crucial".

"Vamos continuar a investir em parcerias e alianças muito importantes, entre elas a Otan, que mais uma vez demonstrou (sua eficácia) recentemente na Líbia", explicou Obama.

"Temos que nos manter vigilantes, em particular no Oriente Médio", insistiu, em um momento em que as tensões são particularmente vivas com o Irã, que ameaça bloquear o estreito de Ormuz, principal rota marítima de exportação de petróleo, caso sejam aprovadas novas sanções econômicas contra o país.

O secretário da Defesa, Leon Panetta, que compareceu ao lado de Obama e de outros altos funcionários, afirmou que a estratégia busca uma força "menor e mais leve" com enfoque na Ásia, mas com forte presença no Oriente Médio.

Segundo o documento de oito páginas com a nova estratégia, o Exército americano trabalhará com seus aliados para garantir a segurança no Golfo Pérsico e enfrentar a "política desestabilizadora" do Irã.

As operações contra insurgentes, como no Iraque e no Afeganistão, são menos prioritárias no novo plano, que permite a redução das forças convencionais sobre o terreno.

Panetta explicou que "com o fim do compromisso militar no Iraque e com o encerramento em marcha no Afeganistão, o Exército e os Marines já não serão dimensionados para realizar operações em grande escala (...) como ocorreu na passada década".

O interesse de Washington na Ásia é alimentado pelas preocupações sobre a força naval e o arsenal chinês de mísseis contra navios, que poderão desafiar a superioridade militar americana no Oceano Pacífico e seu acesso ao Mar do Sul da China, rico em minerais.

"Esta região tem uma importância cada vez maior para o futuro da economia dos Estados Unidos e nossa segurança nacional. Isto significa, por exemplo, melhorar a capacidade para manter nosso domínio em tecnologia militar e nossa liberdade de ação", concluiu Panetta.

O novo plano sugere uma baixa do arsenal nuclear americano, mas não diz como, e prevê a redução da presença militar na Europa, também sem dar detalhes.

O ministro britânico da Defesa, Philip Hammond, advertiu Washington para não se descuidar da Rússia, que qualificou de força no cenário global.

"Se os Estados Unidos vão se concentrar cada vez mais na região Ásia-Pacífico, como vão garantir sua retaguarda?" - perguntou Hammond.

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Washington - O presidente Barack Obama anunciou nesta quinta-feira a nova estratégia de defesa dos Estados Unidos, que prevê redução de forças e um orçamento mais austero, com enfoque no crescimento bélico da China, em detrimento das guerras contra a insurgência.

O plano se concentra em eventuais desafios provenientes do Irã e da China, com enfoque para as forças aérea e naval, em prejuízo de futuras campanhas contra insurgentes, como as realizadas no Iraque e no Afeganistão.

A "revisão estratégica de defesa" estabelece um enfoque para o Exército americano apropriado a uma época de austeridade, na qual a administração Obama se dispõe a cortar 487 bilhões de dólares em gastos militares no período de 10 anos.

Antecipando ataques de seus adversários republicanos em um ano eleitoral, Obama já afirmou que as reduções em matéria de defesa serão limitadas e não afetarão o poder militar do país.

"Sim, nosso Exército será mais leve, mas o mundo inteiro deve saber: os Estados Unidos vão manter sua superioridade militar com forças armadas que serão ágeis, flexíveis e prontas a reagir ao conjunto de circunstâncias e ameaças possíveis contra os interesses do país".

Mas o presidente do Comitê das Forças Armadas da Câmara de Representantes, o republicano Buck McKeon, acusou Obama de "disfarçar a retirada dos Estados Unidos do mundo como uma nova estratégia que despoja a defesa nacional".

O presidente garantiu que o país está "virando a página" após uma década de guerra no Iraque e no Afeganistão, e disse que a nova estratégia se concentrará cada vez mais na Ásia, onde preocupa o crescente poder militar chinês.


"Reforçaremos nossa presença na região Ásia-Pacífico e as reduções orçamentárias não ocorrerão às custas desta região crucial".

"Vamos continuar a investir em parcerias e alianças muito importantes, entre elas a Otan, que mais uma vez demonstrou (sua eficácia) recentemente na Líbia", explicou Obama.

"Temos que nos manter vigilantes, em particular no Oriente Médio", insistiu, em um momento em que as tensões são particularmente vivas com o Irã, que ameaça bloquear o estreito de Ormuz, principal rota marítima de exportação de petróleo, caso sejam aprovadas novas sanções econômicas contra o país.

O secretário da Defesa, Leon Panetta, que compareceu ao lado de Obama e de outros altos funcionários, afirmou que a estratégia busca uma força "menor e mais leve" com enfoque na Ásia, mas com forte presença no Oriente Médio.

Segundo o documento de oito páginas com a nova estratégia, o Exército americano trabalhará com seus aliados para garantir a segurança no Golfo Pérsico e enfrentar a "política desestabilizadora" do Irã.

As operações contra insurgentes, como no Iraque e no Afeganistão, são menos prioritárias no novo plano, que permite a redução das forças convencionais sobre o terreno.

Panetta explicou que "com o fim do compromisso militar no Iraque e com o encerramento em marcha no Afeganistão, o Exército e os Marines já não serão dimensionados para realizar operações em grande escala (...) como ocorreu na passada década".

O interesse de Washington na Ásia é alimentado pelas preocupações sobre a força naval e o arsenal chinês de mísseis contra navios, que poderão desafiar a superioridade militar americana no Oceano Pacífico e seu acesso ao Mar do Sul da China, rico em minerais.

"Esta região tem uma importância cada vez maior para o futuro da economia dos Estados Unidos e nossa segurança nacional. Isto significa, por exemplo, melhorar a capacidade para manter nosso domínio em tecnologia militar e nossa liberdade de ação", concluiu Panetta.

O novo plano sugere uma baixa do arsenal nuclear americano, mas não diz como, e prevê a redução da presença militar na Europa, também sem dar detalhes.

O ministro britânico da Defesa, Philip Hammond, advertiu Washington para não se descuidar da Rússia, que qualificou de força no cenário global.

"Se os Estados Unidos vão se concentrar cada vez mais na região Ásia-Pacífico, como vão garantir sua retaguarda?" - perguntou Hammond.

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