Mundo

EUA serão firmes contra Chávez com Romney, diz Giuliani

Líder republicano que foi prefeito de Nova York, Giuliani viajou à Flórida para fazer campanha à favor de Romney

''Romney leva vantagem em várias pesquisas e atualmente me parece que é mais elegível que Obama", disse ex-prefeito de Nova York (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

''Romney leva vantagem em várias pesquisas e atualmente me parece que é mais elegível que Obama", disse ex-prefeito de Nova York (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2012 às 21h36.

Washington- Os Estados Unidos serão ''mais firmes'' contra o regime de Fidel e Raúl Castro e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e terão melhores relações com a América Latina e a Europa se o republicano Mitt Romney ganhar as eleições para a Presidência, declarou nesta sexta-feira à Agência Efe o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani.

Líder republicano que foi prefeito de Nova York entre 1994 e 2001 e que ensaiou brevemente uma disputa presidencial este ano, Giuliani viajou à Flórida para fazer campanha à favor de Romney.

''Romney leva vantagem em várias pesquisas e atualmente me parece que é mais elegível que Obama. Acho que o presidente Obama está fazendo o possível para difamar Romney, com a ajuda de alguns meios de comunicação, porque caso se concentrem nas conquistas de Obama, o povo o tirará do poder'', disse Giuliani em entrevista por telefone.

Com um presidente como Romney, haverá uma política externa ''mais sensata'' que incentive e apoie países democráticos e com economias de livre mercado, e haverá ''uma oposição mais firme e mais significativa contra Chávez e Castro'', prometeu o ex-prefeito de Nova York.

''Haverá mais acordos (de livre-comércio) com países da América Latina e menos deste desejo desesperado de Obama de querer negociar com todos estes ditadores e tiranos'', acrescentou o republicano, que não economizou críticas à relação do atual presidente com alguns líderes.

''Obama vive em uma nuvem caso acredite que Chávez, que mantém vínculos com o Irã, não é um perigo para a segurança nacional dos EUA. E essa mentalidade representa uma política externa pouco realista em relação à América Latina e o mundo'', disparou.


Além disso, Giuliani considerou que Romney buscará uma maior aproximação com a Europa, em vez de ''insultar e ignorar'' o Velho Continente, como aconteceu quando Obama devolveu em fevereiro de 2009 o busto de Winston Churchill, um presente de Tony Blair à George Bush que o novo presidente preferiu tirar da decoração.

''Os EUA deveriam cogitar um Tratado de Livre-Comércio com a Espanha, com a Grécia, com a Itália e outros países europeus cujas economias passam por dificuldades. Isso daria um grande empurrão à União Europeia, enviaria a mensagem que queremos mais negócio com a Espanha e a Europa. A probabilidade de Obama iniciar outros acordos é basicamente zero'', observou.

Giuliani também elogiou a viagem de cinco dias de Romney por Inglaterra, Polônia e Israel, aliados próximos dos EUA que, segundo ele, o atual Governo trata com desprezo.

Porém, nesta sexta-feira, véspera da chegada de Romney à Israel para se reunir com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Obama sancionou uma lei que oferece ajuda militar ao país.

Para o ex-prefeito de Nova York, o atual presidente oferece equívocos e promessas não-cumpridas, enquanto Romney tem uma agenda sólida e de aparência bem mais conservadora para o crescimento econômico.

O desemprego e a dívida aumentaram, mas o plano de estímulo que promoveu Obama em 2011 só serviu para ''ajudar seus partidários, não deu emprego para ninguém, nem para os pobres, a classe média ou os ricos'', assinalou.


Acrescentou que o governo tem ''responsabilidade social'', mas tem que ser reduzido a um ''nível sensato'' que permita o crescimento do setor privado e a recuperação econômica.

''Caso contrário, terminaremos como a Grécia. Quatro anos mais com Barack Obama, e os Estados Unidos serão como a Grécia e não como os Estados Unidos de antes, com presidentes como Ronald Reagan'', advertiu.

À respeito de uma reforma migratória, uma das prioridades do eleitorado latino, Giuliani considerou que Romney, com a ajuda de um congresso republicano, iniciará políticas sensatas sobre imigração.

''Será sensível e humano com os imigrantes ilegais que estão aqui e que cumprem as leis e trabalham... Os que cometam delitos têm que ser expulsos do país ou enviados à prisão como qualquer um que comete crimes'', disse.

Pressionado sobre a política rigorosa contra os imigrantes ilegais que adotou Romney durante as primárias e que depois suavizou, Giuliani lembrou que Obama não cumpriu sua promessa de 2008, uma reforma migratória ainda quando os democratas controlavam as duas Câmaras do Congresso em 2009 e 2010.

''Se conseguimos frear a imigração ilegal, estabeleceria as bases para uma resolução sensata sobre o futuro dos imigrantes ilegais... um presidente como Romney impulsionaria essa solução e teria uma chance melhor que o presidente Obama'', assegurou.

Calcula-se que cerca de 12,2 milhões de latinos comparecerão às urnas neste ano e que, para vencer as eleições, é necessário o apoio de pelo menos 40% deles, que serão decisivos em estados-chave como Colorado, Flórida, Novo México e Nevada.

As duas campanhas aprofundaram as trocas de farpas nos últimos dias: Obama atacou principalmente o histórico empresarial de Romney na empresa Bain Capital, enquanto este focou em criticar a ''marca Obama'', em particular sua gestão econômica. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaEstados Unidos (EUA)Hugo ChávezMitt RomneyPaíses ricosPolíticos

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame