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EUA registra a mais alta taxa de crianças internadas com a covid-19

Se no começo da pandemia o percentual de crianças e adolescentes infectados não chegava a 1% do total, agora correspondem a 14,3%

(ozgurdonmaz/Getty Images)
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Gilson Garrett Jr

Publicado em 13 de agosto de 2021 às 15h10.

Os Estados Unidos atingiram nesta semana a mais alta taxa de internações de menores de 17 anos com a covid-19 desde o início da pandemia. De acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), entre os dias 4 e 10 de agosto uma média diária de 246 crianças e adolescentes foram hospitalizados no país. Isso representa um aumento de 27% em relação à semana anterior

Ainda não há pesquisas que comprovem se a variante Delta, mais transmissível, é a responsável pelo aumento nas internações e na gravidade da doença em jovens e crianças. Mas tudo indica que há uma ligação entre os estados em que há menos adultos vacinados e mais crianças contaminadas. No Arkansas, que tem uma das menores taxas de imunização, com 43% da população vacinada, a parcela de novos casos em crianças e adolescentes representa 15%.

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No mais recente boletim da Academia Americana de Pediatria, na última semana 93.824 novos casos de covid-19 foram registrados em crianças e adolescentes. O número é abaixo do pico contabilizado em janeiro - quando passou dos 211 mil -, mas representa quase o dobro da primeira onda, em julho de 2020.

Internações (em amarelo) de crianças atingiram o mais alto nível desde o início da pandemia. (CDC/Reprodução)

Proporcionalmente, a parcela de menores de 17 anos diagnosticados com o coronavírus nos Estados Unidos está se tornando cada vez maior. Se no começo da pandemia o percentual em relação ao total de infectados não chegava a 1%, agora correspondem a 14,3%.

Atualmente, somente a vacina da Pfizer/BioNtech está autorizada pela FDA (a Anvisa dos EUA) a ser aplicada em adolescentes a partir de 12 anos. O laboratório faz estudos para aplicar em uma faixa etária menor. Em Israel, o imunizante já é usado em crianças de 5 a 11 anos.

Em todos os Estados Unidos, 50% da população já está totalmente imunizada, sendo que 60% tomaram pelo menos a primeira dose.

Casos confirmados de covid-19 em crianças e adolescentes nos Estados Unidos. (Academia Americana de Pediatria/Reprodução)

O CDC recomenda que crianças entre 2 e 12 anos usem máscara em ambientes fechados ou quando estiverem próximas a pessoas que não sejam do seu convívio diário.

No Brasil, um estudo da Fiocruz, divulgado na quarta-feira, 11, mostrou um aumento, nas últimas semanas, no número de crianças internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A SRAG é o termo mais abrangente que engloba várias doenças respiratórias, incluindo a covid-19.

As projeções são realizadas com base no Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Fiocruz (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde.

Na avaliação da Fiocruz, este aumento em solo brasileiro não se deve à variante Delta, mas sim ao vírus sincicial respiratório (VSR), infecção muito comum em crianças. “Para os casos de SRAG em crianças pequenas sem diagnóstico positivo para covid-19, o VSR acaba sendo o suspeito natural nesse contexto”, diz a Fiocruz.

Os infectologistas e especialistas em saúde pública compartilham deste mesmo entendimento. Eles afirmam que as crianças continuam sendo as pessoas menos afetadas pela covid-19, mesmo com as novas variantes.


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