Otan: na cúpula da Otan em Varsóvia foi aprovada a formação de quatro batalhões multinacionais (Petras Malukas / AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2016 às 14h55.
Berlim - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou nesta terça-feira aos líderes de Estônia, Letônia e Lituânia, o compromisso "absoluto" de seu país com a defesa de seus aliados da Otan.
Biden reforçou o apoio dos EUA aos países bálticos em Riga, a capital da Letônia, após reunião com o presidente desse país, Raimonds Vejonis, além dos líderes de Estônia, Toomas Hendrik Ilves, e Lituânia, Dalia Grybauskaité.
No encontro, a segurança nacional dos três países em relação à ameaça russa foi o ponto central das conversas.
"Estamos comprometidos absolutamente, fundamentalmente, 100% com nossas obrigações na Otan, inclusive, e especialmente, o artigo 5", disse Biden em referência ao ponto do tratado da aliança que estabelece que todos os aliados responderão conjuntamente em caso de agressão a um deles.
O vice-presidente dos Estados Unidos atendia assim à reivindicação essencial de Estônia, Letônia e Lituânia, que queriam que Biden explicitasse o compromisso de Washington com a segurança de seus aliados da Otan na fronteira com a Rússia.
Em declarações a uma rádio lituana antes do encontro com Biden, Grybauskaité garantiu que, "após as decisões da Otan" na cúpula de julho em Varsóvia, o governo de seu país confiava no investimento dos Estados Unidos na "segurança regional" dos países bálticos.
O primeiro-ministro letão, Maris Kucinskis, por sua vez, havia dito em entrevista à televisão pública nacional que esperava uma reafirmação do apoio americano à região.
"Espero uma confirmação de que nossa defesa está garantida, e de que nós e os Estados Unidos somos parceiros", afirmou Kucinskis, na ocasião.
Na sequência de sua visita a Riga, o vice-presidente dos Estados Unidos irá a Suécia e Turquia. Em Ancara, Biden tentará reverter os danos sofridos nas relações bilaterais entre os países após o golpe de Estado frustrado ocorrido em julho na nação comandada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
Na cúpula da Otan em Varsóvia foi aprovada a formação de quatro batalhões multinacionais que permanecerão em Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia para aumentar a segurança da fronteira oriental da aliança em caso de uma possível agressão por parte da Rússia.
A anexação da península da Crimeia pelo governo de Vladimir Putin e o apoio do Kremlim aos rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia gerou uma grande incerteza entre os vizinhos da Rússia que pertencem à Otan, que pediram um sinal claro de apoio dos Estados Unidos, seus parceiros na aliança.