EUA prometem destruir armas químicas até 2023
O porta-voz reconheceu ainda que o prazo foi mudando ao longo dos anos, devido a razões "técnicas", e "não por falta de orçamento"
AFP
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 20h37.
O governo americano reafirmou, nesta sexta-feira (29), a data-limite de 2023 para a destruição de suas armas químicas remanescentes da Guerra Fria, parabenizando a Rússia por ter destruído totalmente as suas e lembrando que financiaram amplamente o programa de Moscou.
"Os Estados Unidos continuam comprometidos com a completa destruição de suas armas químicas declaradas. Estamos no caminho certo para cumprir nosso prazo autoimposto para a destruição completa até o final de 2023", disse um porta-voz do Pentágono à AFP.
"Mais de 90% dos estoques dos Estados Unidos foram destruídos, e seu estado, assim como os avanços efetuados, são regularmente transmitidos à Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq)", acrescentou.
O porta-voz reconheceu ainda que o prazo foi mudando ao longo dos anos, devido a razões "técnicas", e "não por falta de orçamento".
Na quarta-feira (27), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a destruição das últimas armas químicas russas, acusando os Estados Unidos de arrastarem os pés para se desfazerem de seus estoques.
"Já adiaram três vezes a data da destruição, inclusive sob o pretexto da falta de orçamento, o que, francamente, parece estranho. (...) Esperamos que os Estados Unidos e outros países cumpram todos os seus compromissos adquiridos no âmbito de acordos internacionais", apontou.
Mais de 200 países aderiram à convenção de 1997 que proíbe a busca, a produção, o armazenamento e o emprego de armas químicas. Segundo a Opaq, 96% das armas declaradas pelos países signatários dessa convenção foram destruídas sob sua supervisão.