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EUA mantêm sanções à Venezuela, apesar de libertação de americano

Caracas havia dito antes que, com a libertação de Holt, buscava se aproximar de Washington.

Donald Trump: americano vai manter sansões a Venezuela (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: americano vai manter sansões a Venezuela (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de maio de 2018 às 13h17.

Washington vai manter as sanções econômicas à Venezuela, apesar da libertação do mórmon americano Joshua Holt neste sábado (26), um "gesto" com o qual Caracas pretende ativar um diálogo com o governo de Donald Trump.

"Estou muito feliz que Josh Holt esteja de volta à sua casa com sua família (...). As sanções continuam até que a democracia volte à Venezuela", escreveu o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, em sua conta no Twitter.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, deu declarações na mesma linha: "A política dos Estados Unidos para com a Venezuela permanece sem alterações", afirmou em comunicado.

"Até que Maduro permita eleições livres e justas, seguirá enfrentando sanções punitivas", disse o presidente do subcomitê de Relações Exteriores do Senado para o Hemisfério Ocidental, senador Marco Rubio, que antes garantiu que a libertação tinha sido incondicional.

Caracas havia dito antes que, com a libertação de Holt, buscava se aproximar de Washington.

"Este é um gesto que enaltece nosso presidente (...) e que esperamos que seja lido por esses fatores que, de forma permanente, promovem a agressão e a violência contra a Venezuela como uma intenção profunda de busca de paz", declarou o ministro venezuelano da Comunicação, Jorge Rodríguez.

Em 2015, os Estados Unidos impuseram as primeiras sanções contra funcionários venezuelanos, que foram sendo endurecidas desde agosto passado e atualmente afetam cerca de 70 pessoas e 30 entidades, entre elas a petroleira estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

As últimas medidas foram repudiadas por Maduro e resultaram na expulsão mútua, nesta semana, dos representantes diplomáticos máximos de ambos os países, que não trocam embaixadores desde 2010.

"Não acho que isso vá resolver as relações entre Estados Unidos e Venezuela", opinou Geoff Ramsey, especialista sobre Venezuela do centro de pesquisa WOLA.

Questionado pela AFP sobre possíveis concessões a Caracas por parte do governo de Trump, o analista disse que, provavelmente, Washington se comprometeu a dar seu apoio a Maduro em eventuais negociações futuras com a oposição, ou aceitou adiar as sanções petroleiras.

Segundo disse na sexta-feira o conselheiro de segurança nacional para assuntos latino-americanos de Trump, Juan Cruz, haverá mais sanções a autoridades venezuelanas, mas os Estados Unidos tentarão ser "muito cuidadosos" para evitar agravar a crise econômica e social do país.

Holt e sua mulher, a venezuelana Thamara Caleño, encontraram-se com Trump na Casa Branca no sábado, horas depois de ser solto em Caracas. Holt passou quase dois anos preso, acusado de conspirar contra o governo de Nicolás Maduro.

"Eles passaram por muitas coisas. Muito mais do que as pessoas conseguem suportar", disse Trump no Salão Oval, diante dos pais de Holt, de políticos e das autoridades que participaram das negociações para sua libertação.

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