Mundo

EUA fecham espaço aéreo para Maduro em viagem à China

Chanceler venezuelano chamou de "agressão" atitude americana de fechar espaço aéreo para avião presidencial


	Nicolás Maduro: presidente reagiu afirmando que "negar a permissão a um chefe de Estado para sobrevoar o espaço aéreo da colonizada terra de Porto Rico é uma falta grave"
 (Juan Barreto/AFP)

Nicolás Maduro: presidente reagiu afirmando que "negar a permissão a um chefe de Estado para sobrevoar o espaço aéreo da colonizada terra de Porto Rico é uma falta grave" (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 07h30.

Caracas - O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou nesta quinta-feira que os Estados Unidos fecharam o espaço aéreo para o avião do presidente Nicolás Maduro durante a viagem que fará neste final de semana à China, decisão que o diplomata chamou de "agressão".

"Recebemos a informação das autoridades americanas de que negaram a passagem pelo espaço aéreo americano no Atlântico" durante a viagem de Maduro à China, disse o chanceler à imprensa, acrescentando que a Venezuela espera que os Estados Unidos "retifiquem" a decisão.

Segundo o chanceler, a proibição se aplicaria ao espaço aéreo do território de Porto Rico, associado aos EUA desde 1952.

Maduro reagiu à decisão afirmando que "negar a permissão a um chefe de Estado para sobrevoar o espaço aéreo da colonizada terra de Porto Rico é uma falta grave".

"Já ordenei que façam outra rota, mesmo que seja mais longa, mas o governo dos Estados Unidos não vai impedir nossa viagem à China".

O chanceler Jaua denunciou a decisão de Washington "como mais uma agressão do imperialismo americano contra o governo (...) Ninguém pode negar o sobrevoo a um avião que transporta um presidente da República em uma viagem de Estado internacional. Não há argumento válido para evitar este sobrevoo".

O chanceler, que viajará a Pequim com Maduro, indicou que o governo venezuelano espera "que as autoridades americanas retifiquem o erro que seus subalternos estão cometendo. Ainda achamos que tenha sido um erro de seus subalternos".

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu "uma reunião de emergência" da Celac para abordar a decisão de Washington de fechar seu espaço aéreo a Maduro.

Morales afirmou que defenderá na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) "a saída imediata dos embaixadores dos EUA".


Em julho passado, o próprio Morales foi alvo de uma decisão semelhante quando Espanha, Portugal, França e Itália negaram ao presidente boliviano a passagem por seu espaço aéreo, em sua volta da Rússia.

Os quatro países europeus bloquearam seu espaço aéreo ao avião presidencial de Morales, devido às suspeitas de que ele levava o ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, acusado de espionagem e considerado foragido por Washington.

Maduro deve visitar Pequim entre 21 e 24 de setembro, onde se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro Li Keqiang, para fortalecer a cooperação bilateral iniciada no governo do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

Na quarta-feira, o presidente afirmou que o objetivo de sua visita à China é "ratificar a aliança de alto nível, ampliá-la e aprofundá-la" em setores como o petróleo, finanças, industrial, alimentar e tecnológico.

Jaua garantiu que o presidente fará a visita a Pequim, motivo pelo qual o governo busca "outras opções de voo". A Venezuela já teria conseguido permissões para sobrevoar a Ásia e a Europa.

"Chegaremos, não importa a rota. Não há império que possa quebrar a vontade do governo bolivariano e chavista de continuar fortalecendo um mundo pluripolar, de continuar buscando o melhor da cooperação ... como estamos conseguindo com a China", afirmou Jaua.

O chanceler disse que o adido comercial da Venezuela em Washington, Calixto Ortega, tentou se comunicar com autoridades do Departamento de Estado, mas "até agora não foi possível".

"Agora mesmo vou continuar insistindo com ele para ter uma comunicação com autoridades do Departamento de Estado, que nos deem uma explicação confiável sobre essa nova agressão e esperamos que retifiquem", afirmou.

Venezuela e Estados Unidos mantêm relações conflituosas desde o governo do presidente falecido Hugo Chávez (1999-2013) e não têm embaixadores nos respectivos países desde 2010.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Nicolás MaduroPaíses ricosPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Presidente do Panamá rechaça reduzir pedágio de canal após exigência de Trump

2024: o ano em que Elon Musk ficou mais rico e poderoso do que nunca

Ataque russo à rede elétrica deixa centenas de milhares de ucranianos sem aquecimento

Presidente da Alemanha dissolve o Parlamento e antecipa eleições para fevereiro