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EUA e Rússia prolongarão trégua na Síria por mais 48h

Kerry e Lavrov concordaram que, "apesar de relatórios de violência esporádica, a cessação de hostilidades em seu conjunto está sendo mantida"


	Síria: os países decidiram durante uma conversa por telefone "estender a cessação de hostilidades por outras 48 horas, com o objetivo que dure sete dias"
 (Getty Images)

Síria: os países decidiram durante uma conversa por telefone "estender a cessação de hostilidades por outras 48 horas, com o objetivo que dure sete dias" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 16h49.

Washington - Estados Unidos e Rússia decidiram nesta quarta-feira prolongar por mais 48 horas o cessar-fogo em vigor na Síria desde a segunda-feira passada, apesar das violações "de ambas partes" em conflito e da preocupação de Washington pela falta de entrega de ajuda humanitária a áreas sitiadas, um componente-chave do acordo.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, decidiram durante uma conversa por telefone "estender a cessação de hostilidades por outras 48 horas, com o objetivo que dure sete dias", disse hoje o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner.

Kerry e Lavrov concordaram que, "apesar de relatórios de violência esporádica, a cessação de hostilidades em seu conjunto está sendo mantida e a violência é significativamente inferior" que antes, acrescentou Toner em sua entrevista coletiva diária.

"Vimos violações de ambas partes" em conflito, assegurou Toner pouco depois que um general russo, Victor Poznijir, afirmou que os grupos opositores sírios eram os que tinham protagonizado o maior número de ataques e que o exército sírio não tinha respondido ao fogo inimigo.

"Assim como a Rússia é responsável de pressionar o regime, nos corresponde persuadir a oposição moderada para que também cumpra a cessação de hostilidades", comentou Toner.

O porta-voz reconheceu que ainda não houve avanços em relação ao acesso da ajuda humanitária a Aleppo e outras regiões da Síria, e reforçou que tem que haver um "aumento" notável nessas entregas ao longo dos sete dias que começaram a contar na segunda-feira.

Sem essa condição, os Estados Unidos não estarão dispostos a estabelecer, após sete dias de trégua, um centro conjunto de operações com a Rússia para atacar coordenadamente posições dos grupos terroristas Estado Islâmico (EI) e Al Nusra.

Apesar da cessação de hostilidades, os comboios das Nações Unidas ainda não puderam chegar a Aleppo por não contar com as garantias de segurança necessárias, razão pela qual o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu hoje a Estados Unidos e Rússia que utilizem sua influência para garantir a entrega o mais rápido possível dessa ajuda.

O acordo com a Rússia não convence o Pentágono, segundo o jornal "The New York Times", que assegura que o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, é muito cético sobre o plano para que Moscou e Washington ataquem os terroristas em coordenação.

O Pentágono se preocupa em compartilhar dados com a Rússia sobre os alvos de seus ataques aéreos porque teme que Moscou use as técnicas estratégicas e de inteligência dos EUA para ampliar seu domínio no leste da Europa, segundo o jornal.

Perguntado a respeito em entrevista à emissora de rádio "NPR", Kerry respondeu que o presidente Barack Obama "está preparado" para apoiar e honrar o acordo, "e portanto, as forças armadas estarão preparadas" para fazê-lo.

"Ninguém está pedindo que renunciemos a nossos padrões, mas é importante que possamos cumprir nossa parte do acordo", disse Kerry, que argumentou que, se o cessar-fogo fracassar, "os combates vão aumentar significativamente", razão pela qual a alternativa é muito pior. 

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