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EUA e Cuba vão reatar relações diplomáticas após 54 anos

Fato histórico seria resultado de uma reaproximação de dois anos entre os ex-rivais da Guerra Fria, que romperam os laços diplomáticos em 1961

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (E), cumprimenta o presidente cubano, Raul Castro (Kai Pfaffenbach/files/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 09h58.

Havana/Washington - Estados Unidos e Cuba estão prestes a anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas nesta quarta-feira, como resultado de uma reaproximação de dois anos entre os ex-rivais da Guerra Fria, que romperam os laços diplomáticos em 1961.

O chefe da Seção de Interesses dos EUA em Havana se apresentará ao Ministério das Relações Exteriores de Cuba por volta das 10h (horário de Brasília) para entregar uma carta do presidente norte-americano, Barack Obama, ao presidente cubano, Raúl Castro.

Obama, então, falará, às 12h do Rose Garden, na Casa Branca. Não se sabe se Raúl irá retribuir também com uma declaração.

Na sequência de 18 meses de negociações secretas mediadas pelo papa Francisco e Canadá, os dois líderes anunciaram em dezembro em separado, mas simultaneamente, que planejavam reabrir embaixadas nas capitais um do outro e normalizar as relações.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado em uma cerimônia de hasteamento da bandeira em Havana no final deste mês, quando a Seção de Interesses vai passar à condição de embaixada. A missão de Cuba em Washington passará por uma atualização semelhante.

O acordo de dezembro também incluiu uma troca de prisioneiros e tentou deixar para a história 56 anos de recriminações mútuas desde que os rebeldes comandados por Fidel Castro derrubaram o governo de Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, em 1º de janeiro de 1959.

Dois anos mais tarde, o presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, fechou a embaixada dos EUA em Havana, em 3 de janeiro de 1961, menos de três semanas antes de o presidente eleito, John F. Kennedy, tomar posse. Em abril do mesmo ano Kennedy iria autorizar a invasão de Cuba pelos EUA, organizada por uma força de exilados cubanos. O ataque à Baía dos Porcos falhou e reforçou a posição de Fidel no país e no exterior.

Em outubro de 1962, Washington e Moscou quase foram à guerra nuclear por causa de mísseis soviéticos estacionados em Cuba.

Sempre desafiando seu vizinho situado a 145 quilômetros de distância, Fidel Castro, 88 anos, permaneceu no poder até 2008, quando entregou o cargo a seu irmão Raúl, 84.

Com as relações diplomáticas restauradas, os Estados Unidos e Cuba se voltarão para a tarefa mais difícil de normalização das relações globais. Os principais obstáculos incluem o embargo econômico dos EUA a Cuba e a base naval de Guantánamo, em Cuba, que os Estados Unidos arrendaram em 1903. Cuba quer que esses 116 quilômetros quadrados retornem ao país como território soberano integral.

Obama, um democrata, pediu ao Congresso controlado pelos republicanos, que removam o embargo de 53 anos, mas a liderança conservadora no Congresso vem resistindo.

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Havana/Washington - Estados Unidos e Cuba estão prestes a anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas nesta quarta-feira, como resultado de uma reaproximação de dois anos entre os ex-rivais da Guerra Fria, que romperam os laços diplomáticos em 1961.

O chefe da Seção de Interesses dos EUA em Havana se apresentará ao Ministério das Relações Exteriores de Cuba por volta das 10h (horário de Brasília) para entregar uma carta do presidente norte-americano, Barack Obama, ao presidente cubano, Raúl Castro.

Obama, então, falará, às 12h do Rose Garden, na Casa Branca. Não se sabe se Raúl irá retribuir também com uma declaração.

Na sequência de 18 meses de negociações secretas mediadas pelo papa Francisco e Canadá, os dois líderes anunciaram em dezembro em separado, mas simultaneamente, que planejavam reabrir embaixadas nas capitais um do outro e normalizar as relações.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado em uma cerimônia de hasteamento da bandeira em Havana no final deste mês, quando a Seção de Interesses vai passar à condição de embaixada. A missão de Cuba em Washington passará por uma atualização semelhante.

O acordo de dezembro também incluiu uma troca de prisioneiros e tentou deixar para a história 56 anos de recriminações mútuas desde que os rebeldes comandados por Fidel Castro derrubaram o governo de Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, em 1º de janeiro de 1959.

Dois anos mais tarde, o presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, fechou a embaixada dos EUA em Havana, em 3 de janeiro de 1961, menos de três semanas antes de o presidente eleito, John F. Kennedy, tomar posse. Em abril do mesmo ano Kennedy iria autorizar a invasão de Cuba pelos EUA, organizada por uma força de exilados cubanos. O ataque à Baía dos Porcos falhou e reforçou a posição de Fidel no país e no exterior.

Em outubro de 1962, Washington e Moscou quase foram à guerra nuclear por causa de mísseis soviéticos estacionados em Cuba.

Sempre desafiando seu vizinho situado a 145 quilômetros de distância, Fidel Castro, 88 anos, permaneceu no poder até 2008, quando entregou o cargo a seu irmão Raúl, 84.

Com as relações diplomáticas restauradas, os Estados Unidos e Cuba se voltarão para a tarefa mais difícil de normalização das relações globais. Os principais obstáculos incluem o embargo econômico dos EUA a Cuba e a base naval de Guantánamo, em Cuba, que os Estados Unidos arrendaram em 1903. Cuba quer que esses 116 quilômetros quadrados retornem ao país como território soberano integral.

Obama, um democrata, pediu ao Congresso controlado pelos republicanos, que removam o embargo de 53 anos, mas a liderança conservadora no Congresso vem resistindo.

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