Soldados norte-americanos se exercitam em base nas montanhas afegãs: operações no país e no Iraque tiveram mais de 120 casos de corrupção (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2012 às 10h47.
Afeganistão e Estados Unidos chegaram a um acordo sobre as operações das forças especiais no país asiático afetado pela insurgência, informou neste domingo o governo de Cabul, segundo o qual os bombardeios noturnos, um tema controverso, serão agora responsabilidade dos afegãos.
O ministério das Relações Exteriores afegão convidou os jornalistas para a cerimônia de assinatura do acordo, neste domingo, e o porta-voz do presidente Hamid Karzai, Aimal Fazzi, disse à AFP que "após a assinatura deste documento, todos os bombardeios serão dirigidos pelos afegãos".
"As forças estrangeiras, as forças americanas, desempenharão um papel de apoio nos bombardeios, como por exemplo compartilhar informação", acrescentou.
Os bombardeios noturnos das posições insurgentes, realizados por forças especiais, provocaram o descontentamento popular e são, há tempos, fonte de atrito com o presidente afegão, Hamid Karzai, que acusa as operações da Otan de imprudentes.
Mas os militares ocidentais insistem em que estes ataques são extremamente úteis na guerra contra os guerrilheiros talibãs, que levam mais de uma década lutando contra Karzai e seus aliados ocidentais.
"Haverá um corpo conjunto, composto por forças afegãs e americanas e da Otan", disse Faizi. "Quando houver a necessidade de levar adiante um bombardeio noturno, a decisão será tomada por este corpo e a decisão final será tomada pelos afegãos", acrescentou.
"Quando os afegãos aprovarem uma operação, esta operação será executada e os afegãos decidirão se é necessária a participação de forças estrangeiras", acrescentou. "Se houver necessidade, os estrangeiros desempenharão um papel de apoio com assistência aérea ou outras tecnologias modernas", continuou.
Também será necessária uma ordem das autoridades legais afegãs, disse.
Uma cerimônia de assinatura do acordo estava prevista para as 15h00 locais (08h30 de Brasília) deste domingo no Ministério das Relações Exteriores.
Um porta-voz da embaixada americana se negou a confirmar o acordo.