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EUA dizem que negociam com a Venezuela "pelas costas de Maduro"

Entretanto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as negociações entre membros do governo e os EUA acontecem com a sua autorização

Venezuela: o governo Maduro rompeu relações com os EUA em janeiro (Montagem/Exame)

Venezuela: o governo Maduro rompeu relações com os EUA em janeiro (Montagem/Exame)

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AFP

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 11h40.

Os Estados Unidos discutiram com autoridades da Venezuela, "pelas costas" do presidente Nicolás Maduro, sua saída e a realização de "eleições livres e justas", disse nesta quarta-feira o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton.

Maduro confirmou na terça-feira contatos de membros de seu governo com altos funcionários da administração do presidente Donald Trump, alegando que aconteceram sob sua "autorização expressa" e para "buscar regular" com Washington o "conflito".

Bolton, no entanto, afirmou que "os únicos assuntos" nas conversas foram a saída de Maduro e a convocação de novas eleições.

"Como o presidente [Trump] declarou em repetidas ocasiões, para acabar com o roubo dos recursos do povo venezuelano e a contínua repressão, Maduro deve sair", escreveu no Twitter.

"As únicas questões discutidas por aqueles que estão se aproximando pelas costas de Maduro são sua saída e eleições livres e justas", completou.

Trump disse na terça-feira que seu governo mantém conversações "de muito alto nível" com funcionários do governo da Venezuela, embora Washington não reconheça Maduro, que chama de "ditador", ao mesmo tempo que busca asfixiar a administração com sanções.

"Estamos em contato, estamos falando com vários representantes na Venezuela", disse Trump à imprensa, ao ser consultado sobre relatos de uma aproximação entre a Casa Branca e Diosdado Cabello, considerado o líder venezuelano mais poderoso depois de Maduro.

"Estamos ajudando a Venezuela tanto quanto podemos. Nos mantemos à margem, mas estamos ajudando. Precisa de muita ajuda. Há 15 anos, era um dos países mais ricos, agora é um dos países mais pobres".

"Não quero dizer quem, mas estamos falando de alguém de muito alto nível", acrescentou o presidente.

Maduro rebate

Maduro, cujo governo rompeu relações com Washington em 23 de janeiro, depois que a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino, confirmou os contatos.

"Confirmo que há meses ocorrem contatos de altos funcionários do governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, com o governo bolivariano que presido, sob minha expressa autorização, direta. Vários contatos, vários caminhos, para buscar solucionar este conflito", disse Maduro em rede nacional de rádio e TV.

"Não é novidade, há meses mantemos contatos. Assim como tenho buscado o diálogo na Venezuela, tenho procurado uma forma de o presidente Donald Trump escutar a Venezuela de verdade", declarou Maduro, denunciando que colaboradores do presidente americano "escondem a verdade e lhe vendem uma Venezuela de mentira".

A agência americana Associated Press disse na segunda-feira, citando uma autoridade sênior dos EUA que não identificou, que Cabello se reuniu no mês passado em Caracas com uma pessoa em contato próximo com a administração Trump e que uma segunda reunião está sendo organizada.

Estados Unidos e outros 50 países reconhecem Juan Guaidó como presidente e defendem a saída de Maduro, cujo governo consideram resultado de eleições fraudulentas. Também exigem a convocação de novas eleições "livres e transparentes".

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