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EUA advertem o Irã por apoio aos rebeldes no Iêmen

Secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que Washington sabe que o Irã fornece armas aos rebeldes xiitas no Iêmen

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 11h02.

Áden - O governo dos Estados Unidos advertiu nesta quinta-feira que não permanecerá de braços cruzados ante o apoio do Irã aos rebeldes xiitas huthis no Iêmen, onde os insurgentes travam combates violentos contra as forças leais ao presidente.

O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que Washington sabe que o Irã fornece armas aos rebeldes xiitas no Iêmen, onde assumiram o controle da capital Sanaa e de várias regiões do norte, oeste e centro, antes de seguir atualmente para o sul.

"O Irã deve saber que os Estados Unidos não permanecerão de braços cruzados no momento em que a região está desestabilizada, e que acontece uma guerra aberta através das fronteiras internacionais de outros países", declarou Kerry.

"Aconteceram, e acontecem evidentemente, voos procedentes do Irã. A cada semana, há voos do Irã, os localizamos, sabemos", afirmou.

O Irã inaugurou uma linha aérea direta em 1º de março para Sanaa, com dois voos diários, mas a coalizão militar árabe dirigida pela Arábia Saudita, que apoia as forças governamentais iemenitas, afirma controlar totalmente o espaço aéreo desde o início da operação "Tempestade Decisiva", em 26 de março.

O Pentágono anunciou na quarta-feira que a Força Aérea americana abasteceria em voo os caças da coalizão. Washington já fornece informação de inteligência para a operação.

Kerry destacou, no entanto, que o país não busca o confronto.

"Mas não abandonaremos nossas alianças e nossas amizades", completou, em referência aos que possam "sentir-se ameaçados" pelo Irã.

Irã critica bombardeios 

O presidente iraniano, Hassan Rohani, denunciou nesta quinta-feira os ataques aéreos no Iêmen que matam, segundo ele, "crianças inocentes", mas sem mencionar a Arábia Saudita, país que lidera a coalizão árabe responsável pelos bombardeios.

"Não matem crianças inocentes. Um grande povo como o do Iêmen não se renderá com bombardeios", disse Rohani, em uma declaração para os "países da região".

"Todos devem pensar no fim da guerra, no cessar-fogo e na ajuda humanitária neste país", disse.

O Unicef voltou a expressar preocupação com a morte de crianças no conflito no Iêmen.

A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância no país, Julien Harneis, citou o bombardeio de quarta-feira que atingiu uma escola de Ibb (centro) e matou dois estudantes.

"Tais incidentes revelam a necessidade de todas as partes de encontrar uma solução pacífica para o conflito", disse Harneis.

Pelo menos 77 crianças morreram e 44 ficaram feridas desde o início dos ataques.

No campo de batalha, pelo menos 20 rebeldes xiitas huthis morreram no sul do país nesta quinta-feira nos bombardeios da coalizão árabe e em uma emboscada das milícias leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi.

"Quatorze huthis morreram em oito bombardeios aéreos da coalizão contra suas posições perto de Dar Saad", um distrito ao norte da cidade portuária de Áden, afirmou à AFP uma fonte do exército leal ao governo

Na localidade de Daleh, combatentes partidários do presidente Abd Rabo Mansur Hadi atacaram uma posição dos huthis e mataram seis rebeldes, informou o líder do movimento do sul, Naser al-Shuaibi.

A AFP não conseguiu verificar as informações com fontes independentes. Os huthis não divulgam um balanço de baixas.

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