Mundo

EUA acusam Maduro de "fomentar" ações como rebelião das Farc

Para o porta-voz dos EUA na Venezuela, Maduro está impulsionado as atividades das Farc ao deixar que grupos guerrilheiros operem em seu país

EUA-Venezuela: dissidentes das Farc anunciaram que vão iniciar "uma nova etapa de luta" armada (John Vizcaino/Reuters)

EUA-Venezuela: dissidentes das Farc anunciaram que vão iniciar "uma nova etapa de luta" armada (John Vizcaino/Reuters)

E

EFE

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 14h34.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 14h36.

Washington — O Governo dos Estados Unidos acusou nesta quinta-feira o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de "fomentar" ações como o regresso às armas de vários líderes dissidentes das Farc liderados pelo ex-chefe negociador de paz, "Iván Márquez".

Em declarações a um reduzido grupo de jornalistas, entre eles a Agência Efe, o enviado dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams, considerou que Maduro está impulsionado essas atividades ao supostamente deixar que grupos guerrilheiros operem livremente em seu país.

"É uma grande preocupação. Parte dessa preocupação existe, de novo, porque parece que o regime de Caracas está fomentando esta atividade, em essência dando partes do país particularmente ao ELN", manifestou Abrams.

Precisamente, o líder do Exército de Libertação Nacional (ELN) conhecido como "Uriel", líder de uma das frentes mais ativas dessa guerrilha no departamento do Chocó (oeste da Colômbia), elogiou nesta quinta-feira o regresso às armas de vários ex-líderes das FARC.

De acordo com Abrams, a volta às armas desses guerrilheiros "danificará a situação de segurança no oeste da Venezuela e da Colômbia" e "significará que um maior número de migrantes terá que deixar a Venezuela".

Em um vídeo, Márquez, cujo paradeiro é desconhecido há mais de um ano, reapareceu hoje junto com outros ex-líderes dessa guerrilha para anunciar que iniciam "um novo etapa de luta" armada.

Entre os que o acompanham no vídeo está Seuxis Paucias Hernández, conhecido como "Jesús Santrich", e Hernán Darío Velásquez, conhecido como "Paisa", que há meses deixaram de cumprir com seus compromissos com a Justiça Especial para a Paz (JEP).

O Governo americano pediu à Colômbia a extradição de Santrich para julgá-lo na corte do distrito sul de Nova York por vários crimes, incluído conspirar para transportar pelo menos 10 toneladas de cocaína desde a Colômbia aos EUA entre 17 de junho de 2017 e abril de 2018.

Na gravação, Márquez diz que fala desde algum ponto na zona do rio Inírida, situado na região amazônica do sudeste do país, perto das fronteiras com a Venezuela e o Brasil.

O anúncio dos dissidentes das Farc, em um vídeo de 32 minutos, se produz quase três anos depois que, em novembro de 2016, a guerrilha e o Governo colombiano de Juan Manuel Santos (2010-2018) assinaram um acordo de paz.

Sob o Governo de Barack Obama (2009-2017), os EUA apoiaram o acordo de paz, embora alguns membros da Administração (como o secretário de Estado adjunto para a Segurança e a Luta Antinarcóticos William Brownfield) tenham acusado Santos de ter descuidado da luta contra o narcotráfico para conseguir a paz com as FARC.

Atualmente, os EUA segue considerando as FARC - que se tornou em um partido político - como uma organização terrorista, uma designação que rende sanções para seus líderes.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaEstados Unidos (EUA)FarcNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado