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ETA afirma que desmantelou estruturas da luta armada

Grupo separatista que quer a independência do País Basco da Espanha disse em comunicado que quer transformar confronto armado em confronto democrático

Espanha: grupo separatista fez um primeiro gesto de entrega de armas em fevereiro (Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2014 às 19h00.

San Sebastián - O grupo separatista ETA anunciou neste sábado em comunicado enviado a um jornal basco que desfez as estruturas derivadas da luta armada para realizar a transição do ciclo do confronto armado para o confronto democrático".

O site do jornal "Gara" publicou um trecho do comunicado que será conhecido integralmente amanhã, domingo, no qual ETA assinala que entrou em um "profundo processo de transformação", e destacou o "desmantelamento, já terminado, das estruturas logísticas e operacionais derivadas da prática da luta armada".

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No comunicado, datado de 15 de julho, o ETA afirmou que o primeiro pilar desta remodelação está relacionado com o "o fechamento verificado dos depósitos de armas", anunciado em março.

O segundo pilar é a "adequação de suas estruturas", o que indica que o ETA já terminou de desmontar as estruturas logísticas e operacionais.

Agora o ETA está criando uma estrutura "técnico-logística que terá como objetivo se desfazer do material dos depósitos de armas".

O ETA informou que reforçará sua estrutura para tarefas políticas, "assim como as que têm como objetivo promover conversas entre as diferentes partes para fazer o processo de paz avançar" e deixa estas decisões no início de um caminho cujo horizonte fixa "na superação de todas as consequências do conflito, entre elas, o desarmamento e a volta a casa de presos e foragidos".

O grupo, considerado terrorista por Espanha, Estados Unidos, União Europeia e Anistia Internacional, ressaltou que a "resolução do conflito político ficaria nas mãos dos agentes políticos e sociais".

Entende, além disso, que corresponde à esquerda ++abertzale++ (nacionalista, em língua basca) "assumir a liderança e a responsabilidade de dirigir o processo de libertação / liberação nesta fase".

Por sua parte, fontes do Ministério espanhol do Interior declararam a EFE que o comunicado "não contém nenhuma novidade" e reiteraram que "só esperam da banda sua dissolução incondicional e o desmantelamento de todas suas estruturas criminais / criminosos".

"Qualquer outro comunicado não merece nenhuma avaliação / valorização", assinalaram as fontes do departamento que dirige Jorge Fernández Díaz.

Esta semana tiveram lugar no País Basco (norte da Espanha ) reuniões entre personalidades internacionais, como o diplomata britânico Jonathan Powell e o político norte-irlandês Martin McGuinness, com dirigentes de vários partidos nacionalistas locais com a intenção de avançar a pacificação da região.

Powell foi chefe do gabinete do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair e Martin McGuinness é vice-ministro principal da Irlanda do Norte e dirigente do Sinn Féin, antigo braço político do grupo terrorista IRA, hoje inativo.

Em fevereiro o ETA fez um primeiro gesto de entrega de armas, considerado pela maioria da classe política insuficiente.

Naquele momento, visitaram o País Basco os membros da chamada Comissão Internacional de Verificação (COM), que não deu resultados, e o governo regional basco recebeu fortes críticas.

Responsável por 856 assassinatos desde 1960 em sua estratégia de reivindicação da independência do País Basco da Espanha, a grupo terrorista ETA anunciou a cessação definitiva da atividade armada em outubro de 2011.

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