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Estudo vê melhora ambiental com livre mercado de etanol

São Paulo - A abertura do mercado de biocombustíveis dos Estados Unidos e da União Europeia permitiria uma redução expressiva dos custos econômicos na produção e maximizaria os benefícios ambientais dos combustíveis renováveis. A conclusão faz parte do estudo "Biocombustíveis: os mandatos dos EUA e UE e impactos nos mercados mundiais" elaborado pelo Banco Interamericano […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - A abertura do mercado de biocombustíveis dos Estados Unidos e da União Europeia permitiria uma redução expressiva dos custos econômicos na produção e maximizaria os benefícios ambientais dos combustíveis renováveis.

A conclusão faz parte do estudo "Biocombustíveis: os mandatos dos EUA e UE e impactos nos mercados mundiais" elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O documento foi preparado pelo International Food Policy Research Institute (IFPRI) e com cooperação técnica do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).

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Segundo o estudo, em um cenário onde os Estados Unidos e a União Europeia eliminariam suas tarifas de importação de biocombustíveis até 2020, a emissão de gases causadores do efeito estufa se reduziria de forma significativa. Porém, a produção de biocombustíveis cresceria muito no Brasil em detrimento dos demais países, embora a produção também se expandisse nos Estados Unidos e na União Europeia.

David Debucquet, pesquisador da IFPRI, disse que o Brasil poderia ter uma reversão na crescente utilização de etanol como combustível porque grande parte da produção seria exportada para atender o mercado internacional e pouco etanol seria destinado ao mercado interno. "Haveria um retorno do crescimento da utilização de combustíveis fósseis no Brasil", disse.

Debucquet prevê que o livre mercado elevaria de forma significativa o preço internacional do açúcar, já que a maior parte da cana-de-açúcar seria destinada para a produção de etanol. O Brasil não teria, contudo, problemas na expansão de sua área plantada com cana.

Segundo o estudo, a liberação dos mercados europeu e americano elevaria a área plantada com cana para 4 milhões de hectares em 2020. Cerca de 78% da expansão seria realizada em áreas de pastagens e 11% em cerrado, de acordo com o pesquisador.

O estudo também analisou outros dois cenários, além do mercado livre. Em um deles, as tarifas existentes hoje continuariam existindo e no outro, o mercado seria livre menos para o etanol de cana-de-açúcar brasileiro.

Segundo o diretor do Icone, Andre Nassar, em todos os cenários, o produtor aparece com ganhos. "Seja com o mercado livre ou não, a expectativa é de alta dos preços das commodities", disse. Nassar disse também que o cenário mais provável para 2020 é o de manutenção das tarifas.

A Fiesp divulgou hoje o "Panorama Energético das Américas e Caribe", que reúne informações sobre as matrizes energéticas dos países, o comércio internacional de energia e as políticas de promoção da produção e do uso de biocombustíveis na região. O estudo foi elaborado pela Fiesp em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A pesquisa revela que a corrente comercial envolvendo energia nas Américas é de US$ 354,5 bilhões, 18% do valor mundial. O estudo também mostra que nas Américas e no Caribe, 33% da matriz energética é derivada do petróleo, 25% de gás natural, 22% de carvão, 8% nuclear, 7% biomassa e 4% a partir de hidrelétricas.

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