Um decreto de 2009 proíbe na França adição de adoçante no cigarro e limita a quantidade de aroma de baunilha, mas não se aplica aos demais produtos de tabaco (Stock Xchng)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 11h23.
Paris - As indústrias tabagistas estão utilizando açúcar e aromas para suavizar o gosto de seus produtos e atrair o público mais jovem e mulheres, denuncia um estudo do Comitê Nacional contra o Tabagismo francês (CNTC) divulgado nesta quarta-feira pela imprensa francesa.
A análise feita em parceira com uma revista '60 million consumers' detalha que para captar novos clientes e fidelizá-los foram desenvolvidos produtos específicos com aromas de baunilha, morango e chocolate, que disfarçam o sabor amargo do tabaco e de maneira paralela reforçam a dependência à nicotina.
Um decreto de 2009 proíbe na França adição de adoçante no cigarro e limita a quantidade de aroma de baunilha.
Conforme o estudo divulgado pelo jornal 'Le Post', 'dezenas de outros sabores são permitidos, e o decreto só se aplica a cigarros, e não aos demais produtos de tabaco'.
'O que está proibido num cigarro pode estar autorizado em outro', lamentam as organizações, as quais encontraram uma quantidade de açúcar próxima de 10% no tabaco de enrolar e adoçantes no papel de fumar.
O número é mais alarmante. Cerca de 7% dos estudantes enrolam seus cigarros e o consumo do tabaco de enrolar passou de 5 mil para 7 mil toneladas nos últimos 20 anos.
Os cigarros finos fizeram uma ofensiva de marketing às mulheres adicionando aromas de baunilha. As análises descobriram em alguns produtos quantidades dez vezes superiores às autorizadas nos cigarros, alertam os responsáveis pelo estudo.
A revista e o CNCT exigem que a regulamentação se aplique não só de maneira restrita, mas afete todos os produtos do tabaco, e solicitam a proibição dos demais aromas agora autorizados, o que já está em prática no Canadá.
Para resistir à ofensiva da indústria do tabaco às mulheres e aos adolescentes, pedem que a informação nas embalagens seja mais clara, porque não é possível que um consumidor receba mais informações sobre a composição de um iogurte do que de um produto tão nocivo como o tabaco.