Estados dos EUA se recusam a entregar informações sobre eleitores
A comissão foi criada para provar as acusações de Trump de que milhões de pessoas votaram ilegalmente em Hillary na eleição de 2016
Reuters
Publicado em 30 de junho de 2017 às 21h13.
Chicago - Um crescente número de Estados norte-americanos se recusou nesta sexta-feira a divulgar nomes, endereços e informações pessoais sensíveis de eleitores para uma comissão criada pelo presidente Donald Trump para investigar suposta fraude eleitoral, dizendo que a demanda é desnecessária e viola a privacidade.
"Esta comissão foi formada para tentar encontrar bases para a mentira que o presidente Trump apresentou e que não tem fundamento", disse a secretária de Estado de Kentucky, Alison Lundergan Grimes, em entrevista à Reuters.
O republicano Trump fez acusações não fundamentadas de que milhões de pessoas votaram ilegalmente em sua rival na eleição de 2016, a democrata Hillary Clinton.
Ele estabeleceu o painel por decreto presidencial em maio apesar de evidências que uma eventual fraude eleitoral não era ampla.
A Comissão Presidencial de Aconselhamento sobre Integridade Eleitoral, criada por Trump, enviou uma carta a todos os 50 Estados na quarta-feira pedindo que entregassem informações sobre eleitores, incluindo nomes, os quatro últimos dígitos do número de seguro social, endereços, locais de nascimento, afiliações políticas, condenações criminais e históricos de votos.
O pedido do vice-presidente da comissão, Kris Kobach, causou reação na Virgínia, Kentucky, Califórnia, Nova York, Massachusetts e em outros Estados, onde autoridades eleitorais disseram não poder ou não querer fornecer todos os dados.
Kobach, o secretário de Estado do Kansas, tem sido um defensor de alto escalão de medidas mais duras sobre imigração e identificação de eleitores. Seu gabinete não respondeu pedidos de comentários da Reuters.