O número exato de reféns assírios raptados pelo Estado Islâmico é confuso (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 16h09.
Beirute - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) libertou nesta terça-feira 22 reféns assírios - grupo étnico de credo cristão - de um total de mais de 200 que foram sequestrados em fevereiro na província de Al Hasakah, no norte da Síria, disse à Agência Efe o porta-voz do Conselho Militar Siríaco (MFS), Kino Gabriel.
Por telefone, ele explicou que as pessoas foram levadas à capital da província, onde estão sendo atendidas pela Igreja Assíria do Leste, que negociou a libertação nos últimos meses.
"Agora, estamos esperando que sejam levados a Tall Tamr para que possam retornar a suas casas", disse Gabriel, cujo grupo luta contra o regime do presidente Bashar al Assad.
De acordo com ele, 208 reféns ficaram nas mãos dos jihadistas. Eles foram sequestrados dentro de casa em 23 de fevereiro, quando os radicais invadiram vários povoados de maioria assíria.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou a libertação dos 22 cristãos. A ONG ressaltou que a ação foi possível graças à mediação de líderes tribais e da Diocese de Al Hasakah.
O número exato de reféns assírios raptados pelo EI é confuso. Em princípio, o Observatório falou em 220 sequestrados, dos quais 28 foram libertados em março. Fontes assírias, no entanto, elevaram o total a 373.
No fim de semana passado, os jihadistas sequestraram 230 pessoas na cidade de Al-Qaryatain, na província central de Homs, sendo mais de 60 cristãs, segundo o Observatório. De acordo com o arcebispado local, todos eram fiéis desta confissão.
A maior parte dos assírios vive em Al Hasakah, mas o grupo étnico também tem presença no Iraque e na Turquia. Antes do início do conflito, em março de 2011, havia 200 mil assírios na Síria. Atualmente, há entre 15 mil e 20 mil.