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Estado Islâmico cede pouco terreno na Síria e no Iraque

Combatentes do Estado Islâmico cederam pouco de seu autodeclarado califado para as forças que lutam contra o grupo

Bandeira do Estado Islâmico: militantes radicais enfrentam soldados iraquianos e sírios, milícias xiitas e curdas e rebeldes sunitas sírios rivais (Jm Lopez/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 10h02.

Bagdá/Beirute - Eles fizeram inimigos por todo mundo e são alvo há três meses de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos , mas os combatentes do Estado Islâmico cederam pouco de seu autodeclarado califado para as forças que lutam contra o grupo.

Ao longo de milhares de quilômetros quadrados na Síria e no Iraque, os militantes radicais enfrentam soldados iraquianos e sírios, milícias xiitas e curdas e rebeldes sunitas sírios rivais.

Embora tenham perdido cidades nos limites de seu domínio iraquiano, especialmente em áreas etnicamente diversificadas onde sua visão teológica extremista tem pouco apelo, eles consolidaram seu poder em partes de seu bastião sunita.

Em agosto, um ataque do Estado Islâmico a regiões curdas do Iraque foi repelido, e dois meses depois seus combatentes foram expulsos da cidade de Jurf al-Sakhar, ao sul da capital Bagdá. A facção também foi forçada a sair de duas cidades próximas da fronteira iraniana no mês passado.

Mas, com poucas exceções, como quando o Exército rompeu o cerco do Estado Islâmico à maior refinaria de petróleo iraquiana em Baiji, o controle dos militantes sobre províncias de maioria sunita ao norte e a oeste de Bagdá não foi seriamente ameaçado.

Os adversários do Estado Islâmico dizem que as cidades reconquistadas mostram que a maré virou no Iraque e que o grupo está na defensiva.

“O máximo que eles podem fazer agora é interromper uma estrada ou atacar uma patrulha, mas todo e qualquer avanço e ganho de território foi completamente detido”, afirmou Hadi al-Amiri, líder da Organização Badr, uma milícia xiita que, juntamente com os combatentes curdos conhecidos como peshmerga, encabeçou a reconquista de Saadiya e Jalawla, perto da divisa iraquiana.

Incentivando seus combatentes três semanas atrás, o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, disse que o envio de mais conselheiros militares dos EUA ao Iraque prova que o oposto é verdadeiro.

“Os ataques aéreos e os bombardeios dia e noite dos Cruzados contra posições do Estado Islâmico não evitaram nosso avanço”, afirmou.

De fato, desde a ofensiva de junho, o grupo radical não foi muito além das províncias majoritariamente sunitas de Anbar, no oeste, e Salahuddin, ao norte da capital, assim como Nínive, com forte presença sunita e onde se localiza Mosul, que os militantes capturaram em junho.

O especialista iraquiano em segurança Hisham al-Hashemi disse que o quadro é de impasse em todo o país e que as forças do governo têm recuperado alguns territórios, mas que o Estado Islâmico vem se impondo com mais truculência no centro do Iraque.

“O divisor de águas para derrotá-los, na minha opinião, é quando conquistarmos as tribos árabes de Anbar, Salahuddin e Nínive... esse será o começo do fim do Estado Islâmico”, afirmou o ministro da Fazenda iraquiano, Hoshiyar Zebari.

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Bagdá/Beirute - Eles fizeram inimigos por todo mundo e são alvo há três meses de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos , mas os combatentes do Estado Islâmico cederam pouco de seu autodeclarado califado para as forças que lutam contra o grupo.

Ao longo de milhares de quilômetros quadrados na Síria e no Iraque, os militantes radicais enfrentam soldados iraquianos e sírios, milícias xiitas e curdas e rebeldes sunitas sírios rivais.

Embora tenham perdido cidades nos limites de seu domínio iraquiano, especialmente em áreas etnicamente diversificadas onde sua visão teológica extremista tem pouco apelo, eles consolidaram seu poder em partes de seu bastião sunita.

Em agosto, um ataque do Estado Islâmico a regiões curdas do Iraque foi repelido, e dois meses depois seus combatentes foram expulsos da cidade de Jurf al-Sakhar, ao sul da capital Bagdá. A facção também foi forçada a sair de duas cidades próximas da fronteira iraniana no mês passado.

Mas, com poucas exceções, como quando o Exército rompeu o cerco do Estado Islâmico à maior refinaria de petróleo iraquiana em Baiji, o controle dos militantes sobre províncias de maioria sunita ao norte e a oeste de Bagdá não foi seriamente ameaçado.

Os adversários do Estado Islâmico dizem que as cidades reconquistadas mostram que a maré virou no Iraque e que o grupo está na defensiva.

“O máximo que eles podem fazer agora é interromper uma estrada ou atacar uma patrulha, mas todo e qualquer avanço e ganho de território foi completamente detido”, afirmou Hadi al-Amiri, líder da Organização Badr, uma milícia xiita que, juntamente com os combatentes curdos conhecidos como peshmerga, encabeçou a reconquista de Saadiya e Jalawla, perto da divisa iraquiana.

Incentivando seus combatentes três semanas atrás, o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, disse que o envio de mais conselheiros militares dos EUA ao Iraque prova que o oposto é verdadeiro.

“Os ataques aéreos e os bombardeios dia e noite dos Cruzados contra posições do Estado Islâmico não evitaram nosso avanço”, afirmou.

De fato, desde a ofensiva de junho, o grupo radical não foi muito além das províncias majoritariamente sunitas de Anbar, no oeste, e Salahuddin, ao norte da capital, assim como Nínive, com forte presença sunita e onde se localiza Mosul, que os militantes capturaram em junho.

O especialista iraquiano em segurança Hisham al-Hashemi disse que o quadro é de impasse em todo o país e que as forças do governo têm recuperado alguns territórios, mas que o Estado Islâmico vem se impondo com mais truculência no centro do Iraque.

“O divisor de águas para derrotá-los, na minha opinião, é quando conquistarmos as tribos árabes de Anbar, Salahuddin e Nínive... esse será o começo do fim do Estado Islâmico”, afirmou o ministro da Fazenda iraquiano, Hoshiyar Zebari.

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