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Espanha volta a ter chuvas intensas e autoridades decretam alerta vermelho

No final de outubro, inundações causaram estragos na província de Valência e 223 pessoas morreram

Uma fotografia tirada em 31 de outubro de 2024 mostra uma estrada destruída e campos inundados após inundações repentinas em Utiel, na região de Valência, no leste de Espanha. As equipes de resgate correram em 31 de outubro de 2024 para encontrar sobreviventes e vítimas de enchentes que ocorrem uma vez em uma geração na Espanha, que mataram pelo menos 150 pessoas e deixaram cidades submersas em um dilúvio lamacento com carros capotados espalhados pelas ruas. Cerca de 1.000 soldados juntaram-se à polícia e aos bombeiros na dura busca por corpos na região de Valência, enquanto a Espanha iniciava três dias de luto. A chuva de até um ano caiu em poucas horas na cidade de Valência, no leste, e na região circundante, em 29 de outubro, enviando torrentes de água e lama por vilas e cidades. (Wafaa ESSALHI /AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 09h58.

Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 10h04.

As chuvas retornaram a Espanha nesta quarta-feira, 13, duas semanas após as precipitações que causaram inundações e deixaram 223 pessoas mortas. A agência meteorológica nacional (Aemet) decretou alerta vermelho na província andaluza de Málaga, no sul, e em Tarragona, no nordeste, devido a esta nova Dana (Depressão Atmosférica em Níveis Altos) ou gota fria, como o fenômeno é conhecido.

Uma Dana é uma massa de ar que emerge de uma corrente muito fria e desce sobre outra de ar quente, produzindo grandes perturbações atmosféricas acompanhadas de precipitações muito intensas. Nas áreas sob alerta vermelho, próximas ao litoral, poderão acumular-se chuvas entre 120 e 180 mm, segundo a Aemet. A precipitação continuará até sexta-feira. Diante da possível cheia do rio Campanillas, que atravessa Málaga, "as casas situadas nas margens do referido rio serão evacuadas", informou a Prefeitura.

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A chuva também é esperada nas zonas de Valência atingidas pelas cheias de 29 de outubro, entre o receio de que os esgotos transbordassem devido à lama solidificada, e entre a resignação de alguns moradores incapazes de imaginar como as coisas poderiam piorar.

"Já perdemos os carros, já perdemos a maior parte da casa e também não temos os empregos. Então, não há nada a perder agora, não temos muito a perder", explicou Carlos Moltó, morador do município de Picanya, à televisão regional valenciana A Punt.

Vários municípios valencianos pediram aos milhares de voluntários que não compareçam nesta quarta-feira. "Ao voluntariado: por segurança, evitem entrar em municípios em alerta laranja afetados pela última Dana, como Paiporta", solicitou a Prefeitura local.

As novas chuvas poderão afetar a busca pelos 17 desaparecidos, concentrada principalmente em barrancos e foz de rios. As autoridades da Andaluzia e da Catalunha, que estão em alerta vermelho, enviaram antecipadamente uma mensagem de alerta para os celulares dos moradores.

As autoridades valencianas foram muito criticadas por terem enviado esta mensagem muito tarde, no dia 29 de outubro, quando muitos cidadãos que levavam a sua vida normal já estavam com água até o pescoço. A indignação contra as autoridades pela sua má gestão antes e depois das enchentes provocou protestos massivos no sábado, o maior deles na cidade de Valência, que atraiu 130 mil pessoas.

Inundações em Valência em outubro

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