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Espanha reduz para 78 número de mortos em acidente de trem

Autoridades reduziram o número de mortos enquanto a investigação sobre as causas seguem apontando para o excesso de velocidade


	Policial inspeciona cabine de trem que descarrilou em Santiago, na Espanha, matando dezenas de pessoas
 (REUTERS/Eloy Alonso)

Policial inspeciona cabine de trem que descarrilou em Santiago, na Espanha, matando dezenas de pessoas (REUTERS/Eloy Alonso)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2013 às 09h47.

Santiago de Compostela - As autoridades espanholas reduziram nesta sexta-feira para 78 o número de mortos pelo acidente de trem  da Renfe ocorrido nesta semana no noroeste da Espanha, enquanto a investigação sobre as causas da tragédia seguem apontando para o excesso de velocidade.

Após as primeiras horas frenéticas de busca por sobreviventes e corpos desde que o trem descarrilou na noite de quarta-feira ao chegar a Santiago de Compostela, as autoridades divulgaram na quinta-feira um número provisório de 80 mortos.

Devido ao complexo processo de identificação, mediante impressão digital, DNA ou exames odontológicos, segundo a dificuldade dos casos, o número foi reduzido pela polícia, que não descarta alguma outra alteração.

"É um trabalho complexo. Quando falamos de corpos, no local dos acontecimentos você começa a recolher corpos e restos humanos", disse o comissário da Polícia Científica, Antonio del Amo.

"Inicialmente se recolhe algum resto humano que pode ser considerado um corpo, mas depois, com os primeiros trabalhos de investigação, e as autópsias ... se associa, no fim, um resto humano com um cadáver, com outro resto humano que você também tinha considerado como cadáver", explicou.

Entre os mortos há um mexicano, um argelino e um norte-americano, acrescentou. Um total de 75 mortos foi identificado.

Um comunicado do Tribunal Superior de Justiça da Galícia, região onde está Santiago de Compostela, afirmou que aos 78 mortos é preciso somar três restos mortais que uma equipe forense ainda submeterá a exames de DNA.

Em relação aos feridos, autoridades regionais disseram que há 81 pessoas internadas, 31 delas em estado grave. A maioria é espanhola, mas também há cidadãos de Argentina, Colômbia, Peru, Estados Unidos e Grã-Bretanha.


O governo espanhol pediu prudência até que as investigações ofereçam respostas sobre a causa do acidente, embora as primeiras hipóteses apontem para o excesso de velocidade.

As autoridades estão tentando determinar porque o trem viajava tão rápido e porque os dispositivos de segurança que mantêm os trens dentro dos limites de velocidade não haviam reduzido sua velocidade.

Funeral na Segunda-Feira

O governo regional da Galícia fará na segunda-feira um funeral oficial para todas as vítimas do acidente de trem, que fazia a rota entre Madri e Ferrol quando descarrilou ao chegar a Santiago de Compostela.

"A prioridade é atender aos feridos, às famílias e identificar as vítimas. E também nos cabe começar a fazer atos de homenagem, de reconhecimento e de lembrança", disse o vice-presidente do governo regional, Alfonso Rueda, em entrevista coletiva.

O maquinista Francisco Correa, de 52 anos, estava detido no hospital Clínico de Santiago e se negou a fazer qualquer declaração por recomendação de seu advogado, afirmou a imprensa.

O trem entrou na curva a 190 quilômetros por hora, segundo a imprensa. O limite de velocidade naquele trecho era de 80 quilômetros por hora.

"Sentimos como o vagão saía da via e foi tudo muito rápido, me fez lembrar uma batedeira ou uma lavadora, dando voltas, e tudo muito depressa. Logo estava de ponta-cabeça e o vagão estava cheio de assentos e malas espalhados", disse à Reuters Esther Domínguez, uma estudante de Madri, de 23 anos, que sobreviveu ao acidente.

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