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Espanha pede que UE reconheça Guaidó se Maduro não convocar eleições

O ministro das Relações Exteriores afirmou que a UE deve esperar para ver se Maduro vai convocar novas eleições "livres e justas" em breve

Maduro: vários países passaram a reconhecer o líder da oposição como presidente interino da Venezuela (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro: vários países passaram a reconhecer o líder da oposição como presidente interino da Venezuela (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 13h36.

Madri - O governo da Espanha propôs à União Europeia (UE) que estabeleça um prazo temporário concreto para que o presidente Nicolás Maduro convoque eleições livres na Venezuela e, caso não cumpra esta condição, reconheça Juan Guaidó como presidente interino do país.

O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Borrell, deu essa explicação na entrevista coletiva posterior ao Conselho de Ministros, na qual afirmou que os representantes dos países da UE em Bruxelas preparam nesta sexta-feira a reunião de ministros de Relações Exteriores analisando esta proposta.

"Se, em um prazo muito razoavelmente curto, não houver a convocação de eleições com garantias, entenderemos que não existe a vontade política de fazê-lo e passaremos a tomar outro tipo de decisão", disse Borrell.

O objetivo, segundo o ministro espanhol, é dar "um tempo mínimo, necessário, para dar uma oportunidade" a Maduro para que convoque eleições "justas e livres".

"Se, por fim, ele não quiser convocá-las e não oferecer garantias suficientes, teremos que encarregar a tarefa a outra pessoa que teremos que reconhecer como presidente interino para convocar eleições", disse Borrell.

O ministro espanhol insistiu que não iria concretizar o prazo que a UE daria a Maduro, mas disse que o mesmo deve ser "curto" porque a situação é "insustentável" e não se pode perder a oportunidade depois que a oposição venezuelana agiu "de forma conjunta, unida e forte, pela primeira vez".

Borrell acredita que os membros da UE aplicarão a proposta da Espanha "de forma unificada" porque, segundo ele, "isto certamente nos daria mais força" e reiterou que a Espanha "liderou" a iniciativa na UE com o compromisso pessoal do presidente de governo, o socialista Pedro Sánchez.

O ministro defende que a UE apoie sua proposta e afirma, nesse sentido, que a maioria dos países-membros "são favoráveis ao trabalho", apesar de as discussões ainda não terem terminado.

Ao ser perguntado se o governo manterá essa proposta mesmo que não conte com o apoio da UE, Borrell não quis adiantar nada porque entende que isto acrescentaria pressão às negociações que estão acontecendo em Bruxelas.

No entanto, Borrell afirmou que "a Espanha não permanecerá inativa" porque "tem uma clara vontade de ação em benefício da restauração da democracia na Venezuela".

Sobre a possibilidade de reconhecer o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como presidente do país, o ministro respondeu que não se reconhecem governos, mas Estados.

Assim, Borrell deixou claro que a Espanha não reconhece "a legitimidade" do regime de Maduro, na medida em que ele não foi eleito "em eleições que mereçam esse qualificativo", mas mantém seus diplomatas no país.

O titular de Relações Exteriores da Espanha afirmou que a situação é "insustentável para o povo venezuelano e não vale mais a pena continuar com mais atrasos".

"Não estamos mais em processo de diálogo que possa durar eternamente", concluiu Borrell.

O ministro também manifestou a preocupação especial da Espanha pelas 26 mortes que ocorreram desde a quarta-feira no país sul-americano: "A violência nas ruas e a repressão indiscriminada já provocaram 26 mortes, e o número aumenta a cada dia", concluiu.

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