Mundo

Espanha congela salários e anuncia cortes de € 27 bi

Todos os ministérios terão gastos reduzidos em média de 16,9% - ou € 17,8 bilhões, sendo o de Infraestrutura o mais prejudicado

Em uma decisão drástica e histórica, o governo de Mariano Rajoy propôs cortes de € 27 bilhões no orçamento (John Thys/AFP)

Em uma decisão drástica e histórica, o governo de Mariano Rajoy propôs cortes de € 27 bilhões no orçamento (John Thys/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2012 às 09h24.

Paris - Novo alvo de receios nos mercados financeiros na Europa, a Espanha tratou de se antecipar à crise de credibilidade e anunciou sexta-feira uma nova rodada de medidas de austeridade para enfrentar o déficit público do país, que chegou a 8,53% do PIB em 2011 - bem acima dos 6% estimados.

Em uma decisão drástica e histórica, o governo de Mariano Rajoy propôs cortes de € 27 bilhões no orçamento com o objetivo de reduzir as dúvidas dos investidores sobre a capacidade do país de honrar seus compromissos.

A decisão foi tomada um dia depois da greve que mobilizou pelo menos 800 mil pessoas nas ruas das maiores cidades o país, como Madri e Barcelona.

Nessas manifestações, houve incidentes, choques com a polícia, depredações e prisões. Durante as manifestações, Rajoy confirmou que apresentaria ontem o projeto de orçamento com cortes e manteria a reforma do mercado de trabalho, apesar da resistência pública.

A promessa foi cumprida no fim da manhã, ao término de uma reunião do Conselho de Ministros. Na saída, o ministro do Orçamento, Cristobal Montoro, informou a que os cortes compunham "o maior esforço de consolidação fiscal de nossa história democrática", com o objetivo de ser "crível em 2012". As primeiras medidas dizem respeito à própria administração.

Todos os ministérios terão gastos reduzidos em média de 16,9% - ou € 17,8 bilhões, sendo o de Infraestrutura o mais prejudicado.

Além disso, os servidores públicos terão os salários congelados ao longo do ano - depois de terem sofrido uma redução de 5% em 2010, promovida pelo governo do socialista José Luis Rodriguez Zapatero.

Já a previsão de reajustes de pensões e aposentadorias será mantida, assim como do seguro desemprego, de bolsas de estudo e de programas sociais.

O imposto sobre grandes empresas será elevado, assim como a taxa sobre a venda de cigarros e bebidas alcoólicas. Já a TVA - uma espécie de ICMS europeu - não será alterada "para não prejudicar o consumo e a retomada econômica".

Essas medidas fiscais devem representar um aumento de receitas da ordem de € 12,3 bilhões em 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCrise econômicaEspanhaEuroEuropaMoedasOrçamento federalPiigs

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame