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Eslovacos pedem eleições após morte de jornalista

Kuciak estava trabalhando em uma investigação sobre supostos vínculos da máfia italiana com as mais altas esferas do poder na Eslováquia

Eslováquia: cidadãos também exigem uma investigação imparcial do duplo assassinato do jornalista Khan Kuciak e sua namorada (David W. Cerny/Reuters)

Eslováquia: cidadãos também exigem uma investigação imparcial do duplo assassinato do jornalista Khan Kuciak e sua namorada (David W. Cerny/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2018 às 16h36.

Praga - Dezenas de milhares de eslovacos saíram às ruas de Bratislava e outras cidades do país nesta sexta-feira para exigir eleições antecipadas e uma investigação imparcial do duplo assassinato do jornalista Khan Kuciak e sua namorada no último dia 25 de fevereiro.

Sob o lema "Por uma Eslováquia decente", cerca de 50.000 pessoas se reuniram de tarde em uma praça no central capital, segundo informou o jornal local "Pravda".

"Nada mudou", afirmou um dos oradores, o pedagogo Martin Mojzis, ao referir-se à mudança na cúpula do governo que aconteceu nesta semana, incluindo a renúncia ontem do primeiro-ministro, o social-democrata Robert Fico, por conta do escândalo e da tensão social desencadeada pelo recente assassinato a tiros de Kuciak e sua namorada, Martina Kusnirova, ambos de 27 anos.

Kuciak estava trabalhando em uma investigação sobre supostos vínculos da máfia italiana com as mais altas esferas do poder na Eslováquia.

"Traição", clamaram outros ativistas, atores e intelectuais que subiram ao palco de oradores para denunciar como uma "farsa" a remodelação do Executivo eslovaco.

O poder continuará na Eslováquia nas mãos da mesma coalizão de social-democratas, nacionalistas e do partido da minoria húngara que governava até agora, liderado agora por Peter Pellegrini, um correligionário de Fico.

"Senhor Pellegrini, você acredita que lhe queremos? Não. O senhor é uma marionete", disse Mojzis.

Outras manifestações similares aconteceram também em outras 30 cidades eslovacas, convocadas por ativistas e partidos da oposição nas redes sociais e nos meios de comunicação.

Segundo os analistas, a participação nos protestos foi alta, neste país de 5,4 milhões de habitantes.

Alguns organizadores estimaram que na capital se reuniu tanta gente como em novembro de 1989, quando a população alçou sua voz para derrubar pacificamente o regime comunista.

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