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Erdogan alerta para risco de guerra religiosa por referendo curdo

O presidente turco alertou que se os dirigentes "não corrigirem o seu erro, passarão para a História como impulsores de uma guerra religiosa"

Tayyip Erdogan: ele lembrou que no território reclamado pelo Governo do Curdistão vivem, além de curdos, vários grupos étnicos e religiosos (Darren Ornitz/Reuters)

Tayyip Erdogan: ele lembrou que no território reclamado pelo Governo do Curdistão vivem, além de curdos, vários grupos étnicos e religiosos (Darren Ornitz/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de setembro de 2017 às 11h46.

Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu nesta terça-feira do risco de surgirem conflitos religiosos e étnicos no Curdistão iraquiano se esta região autônoma se declarar independente após o referendo realizado ontem.

"Se os dirigentes do norte do Iraque não corrigirem o seu erro, passarão para a História como impulsores de uma guerra religiosa", disse Erdogan durante um discurso em Ancara, transmitido ao vivo pela emissora "NTV".

O presidente turco lembrou que no território reclamado pelo Governo do Curdistão vivem, além de curdos, vários grupos étnicos e religiosos, como cristãos e yazidis.

Erdogan denunciou que "especialmente uma grande parte dos habitantes turcomanos e árabes foram apagados dos registros e forçados a se deslocar".

"É impossível aceitar um referendo realizado após um processo assim", disse o político, ressaltando as poucas chances de sucesso de um projeto independentista.

Lembrou que Kosovo foi reconhecido por 114 países "e ainda não é um Estado", enquanto o único país que reconheceria um Curdistão independente seria, segundo diz, Israel, "e o mundo é mais do que Israel".

Erdogan repetiu as ameaças de sanções econômicas, especialmente no que se refere à exportação de petróleo curdo, realizada através do território turco, e ao fechamento da passagem fronteiriça de Habur, por onde o Curdistão iraquiano importa a maior parte do que consume.

"Se fecharmos a válvula, este assunto acaba. Toda a sua arrecadação vem daí. Se os caminhões não forem ao norte do Iraque, eles ficarão sem ter o que comer. Como irão pedir a Israel que os mande algo?", perguntou o presidente turco.

"Até o último momento, nos parecia improvável que (Massoud) Barzani (o presidente do Curdistão) caísse em tal erro. Estávamos equivocados. Após passar pela melhor época de relações na História, esta decisão (do plebiscito) é uma aberta traição ao nosso país", lamentou Erdogan.

Para impedir a independência deste território de 8,5 milhões de habitantes, "estão sobre a mesa todas as opções, as medidas econômicas e as militares, (o fechamento de) espaços aéreos e terrestres, tudo está sendo avaliado agora", acrescentou.

"Espero que não faça falta nada disso para que os dirigentes do norte do Iraque renunciem a estas tenebrosas aventuras", concluiu o presidente turco.

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