Erdogan adverte a Trump que "nunca" aceitará que EUA armem curdos
Os EUA apoiam as mílicias curdas e consideram estas forças laicas as mais efetivas contra os jihadistas, apesar de a Turquia as definir como "terroristas"
EFE
Publicado em 16 de maio de 2017 às 16h40.
Washington O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , advertiu nesta terça-feira a seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump , que "nunca" aceitará seu apoio militar às milícias curdas na Síria e que isso "vai contra " os acordos que regem a relação bilateral.
Em uma declaração à imprensa depois de reunir-se com Trump na Casa Branca, Erdogan reforçou sua oposição à decisão dos Estados Unidos de entregar armamento pesado às milícias curdo-sírias Unidades de Proteção Popular (YPG) para a ofensiva em Al Raqqa, a "capital" do Estado Islâmico.
"Levar em consideração as YPG e (seu partido político) o PYD nunca será aceito e estará contra o acordo global que alcançamos", disse Erdogan, que falou aos jornalistas americanos com a ajuda de um tradutor.
"Não deveríamos permitir que esses grupos manipulem a estrutura religiosa ou étnica da região com o terrorismo como pretexto", acrescentou.
Erdogan por seus vínculos com a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Trump, por sua parte, não fez nenhuma referência à sua decisão de armar essas milícias e se limitou a destacar a importância de trabalhar com a Turquia na luta contra o Estado Islâmico (EI).
"Apoiamos a Turquia em sua luta contra o terrorismo e contra grupos terroristas como o EI e o PKK", afirmou Trump.
O governante americano também expressou seu apoio a "qualquer esforço para reduzir a violência na Síria", cuja guerra civil "é um golpe à consciência do mundo inteiro", e assegurou que falaria com Erdogan sobre como "reforçar a relação comercial" bilateral.