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Equipes da ONU vão pela 1ª vez a região de possível genocídio de rohingyas

De acordo com a Organização das Nações Unidas, visita é o primeiro passo para outras inspeções mais completas

ROHINGYAS: desde agosto de 2017, cerca de 720 mil fugiram para Bangladesh (Cathal McNaughton/Reuters)

ROHINGYAS: desde agosto de 2017, cerca de 720 mil fugiram para Bangladesh (Cathal McNaughton/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 14h54.

Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 14h58.

Bangcoc - Equipes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) começaram a entrar nesta quarta-feira no estado de Rakhine, palco de um possível genocídio de rohingyas.

Os trabalhos serão desenvolvidos por duas semanas em 23 povoados do norte de Rakhine, a região mais afetada pelas operações militares iniciadas após os ataques cometidos contra membros desta etnia em agosto de 2017. Desde então, cerca de 720 mil rohingyas fugiram para Bangladesh.

Os rohingyas são uma etnia majoritariamente muçulmana, e os governos de Mianmar e Bangladesh os tratam, em geral, como imigrantes estrangeiros.

O Acnur, o Pnud e o governo assinaram no dia 6 de junho um memorando de entendimento que estabelece a cooperação para a criação de condições para a repatriação "voluntária, segura, digna e sustentável de refugiados rohingyas a seus lugares de origem ou a algum de sua escolha". As autoridades também se comprometeram a permitir acesso livre dos integrantes da ONU a todos os lugares de Rakhine, para solucionar as raízes da crise.

A avaliação dos 23 pontos é o primeiro passo para outras inspeções mais longas e completas, de acordo com a ONU.

Em um relatório apresentado em agosto, a Missão Internacional de Investigação da ONU afirmou que existem elementos de "genocídio intencional" na operação militar feita em Rakhine há um ano contra os rohingyas e propôs que o Tribunal Internacional Penal julgue os responsáveis cabíveis das Forças Armadas. O relatório também condenou o comportamento do governo, liderado pela prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, na condução da crise gerada.

O governo negou a maioria das acusações contra as forças de segurança - de torturas, estupros e assassinatos - e culpou o grupo rebelde Exército da Salvação Arakan Rohingya (Arsa), o autor dos atentados de agosto do ano passado.

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