Jorge Glas: são necessários dois terços dos votos do parlamento para que a Procuradoria-Geral possa avançar com o pedido (Daniel Tapia/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 16h18.
Quito - A Corte Nacional de Justiça do Equador apresentou ao parlamento um pedido de autorização para que o vice-presidente do país, Jorge Glas, seja acusado penalmente no caso que investiga os pagamentos de propina pela Odebrecht.
O pedido, que será analisado pelos parlamentares na próxima segunda-feira, foi apresentado por Miguel Jurado Fabara, juiz da Corte Nacional de Justiça, atendendo ao trâmite previsto na Constituição do país para casos envolvendo foro privilegiado.
Fabara enviou nesta manhã um pedido formal ao parlamento para cumprir o que está estabelecido no artigo 120 da Constituição.
São necessários dois terços dos votos do parlamento para que a Procuradoria-Geral possa avançar com uma "audiência de vinculação" do vice-presidente por associação ilícita em um dos casos de corrupção investigados no país dentro do esquema da Odebrecht.
O procurador-geral, Carlos Baca Mancheno, disse na segunda-feira que pediu que sejam determinados "data e hora" para essa vinculação, procedimento que permitirá investigar o vice-presidente.
No mesmo dia, Glas se disse inocente e afirmou estar sendo vítima de uma perseguição política que já dura dois anos.
O vice-presidente também pediu aos seus correligionários da Aliança País e aos partidos aliados, que controlam o parlamento, que aprovem o pedido da Corte Nacional de Justiça para agilizar o caso.
Enquanto a oposição parece decidida sobre a necessidade de dar sequência às investigações, os aliados de Glas estão divididos.
Karla Chávez, do Aliança País, se mostrou disposta a revisar detalhadamente o caso porque seu partido, disse, defende "tolerância zero com a impunidade". No entanto, explicou que atuará como a lei estabelece e analisará o pedido antes de submetê-lo à votação.
"Há vozes que pedem que seja elaborado um relatório ou resolução para que esse documento seja submetido à votação", afirmou a também governista Verónica Arias, membro do Conselho de Administração do Parlamento.