Equador: diálogo com Londres será retomado imediatamente
O chanceler equatoriano disse que gostou do pedido de seu colega britânico para retomar o mais rápido possível o diálogo sobre a situação jurídica de Julian Assange
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2012 às 10h52.
Quito - O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, assegurou que o diálogo com o Reino Unido sobre o caso do fundador de Wikileaks, Julian Assange , será retomado "imediatamente", informou nesta terça-feira a agência pública de notícias "Andes".
Patiño disse que gostou do pedido de seu colega britânico, William Hague, para retomar o mais rápido possível o diálogo sobre a situação jurídica de Assange, que obteve asilo no Equador, mas não pode abandonar a embaixada deste país em Londres, porque o Executivo britânico se nega a dar-lhe um salvo-conduto.
O diálogo entre os países sobre o caso foi suspenso após a denúncia efetuada pelo governo de Quito que o Reino Unido teria ameaçado com a possibilidade de invadir a embaixada equatoriana em Londres para prender Assange e extraditá-lo à Suécia, onde é acusado de supostos delitos sexuais.
Essa "ameaça", descartada pelo governo britânico, foi rejeitada por vários países e organismos de integração americanos, que respaldaram o Equador.
O governo equatoriano considerou como uma "retratação" de Londres um comunicado oficial no qual descartava a "ameaça", o que permitiu que se abram novamente as portas do diálogo bilateral.
O governo do Equador reivindicou ao Reino Unido e à Suécia garantias para Assange e disse que o diálogo terá que buscar saídas "pactuadas" sobre o caso.
No último dia 25 de agosto, o presidente equatoriano Rafael Correa detalhou que essa saída poderia ser a garantia que, se Julian Assange "vai responder à Justiça sueca, não seja extraditado para um terceiro país".
Essas propostas, segundo o Executivo equatoriano, tentam eliminar a possibilidade que Assange possa ser extraditado aos Estados Unidos, onde a justiça desse país o poderia condenar à morte ou à prisão perpétua, sob acusações políticas por ter vazado documentos diplomáticos secretos desse país.