Empresários duvidam de reforma tributária no próximo governo
Pesquisa do Ibope mostra que o excesso de impostos é o maior entrave aos negócios no Brasil para 81% dos empresários
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - Uma pesquisa realizada pelo Ibope mostra que a maioria dos empresários brasileiros acredita que não haverá redução da carga de impostos no país no próximo governo. O estudo, divulgado nesta quinta-feira (24/06), durante seminário na Câmara Americana de Comércio (Amcham), aponta que 69% dos entrevistados estão pessimistas quanto a uma reforma tributária.
O estudo tem como finalidade discutir as principais barreiras ao desenvolvimento pleno da economia brasileira e à criação de um ambiente de negócios saudável. Para 81% dos entrevistados, o excesso de impostos cobrados pelo governo é o maior empecilho a essa realidade.
Além de se mostrarem céticos quanto à reformulação do sistema tributário no país, os empresários apontam ainda algumas conseqüências desta realidade. Para 33% dos que não acreditam em mudanças, a tendência é que a economia brasileira perca sua competitividade ao longo dos próximos anos. A mesma parcela de executivos diz que haverá aumento do custo Brasil.
De acordo com um quarto dos entrevistados, a quantidade de investimentos em tecnologia e inovação também vai diminuir. Outros problemas como o aumento da dívida pública e da sonegação de impostos também foram citados.
Além de apontar os defeitos, a pesquisa mostra as soluções propostas pelos empresários. Para 59% dos participantes, a política fiscal mais adequada para o Estado brasileiro envolve redução da estrutura da máquina do governo, o que geraria uma redução gradual dos impostos cobrados. Mais de 40% dos executivos acredita que o crescimento das despesas do governo deve ser limitado a 50% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para 62% dos participantes, para reduzir a complexidade do sistema de arrecadação no Brasil, o governo deveria investir em racionalização e eliminação de tributos. Destes, um terço acredita que a melhor solução é o imposto único.