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Empresários consideram fim de ano sinônimo de despesas

Segundo proprietário de escritório, mais de 60% de sua renda são comprometidos com o pagamento do décimo terceiro aos funcionários


	Shopping:  os ganhos do comércio varejista têm incremento entre 10% e 18% nos últimos meses do ano, o que não é suficiente para repor o que se gasta
 (Getty Images)

Shopping:  os ganhos do comércio varejista têm incremento entre 10% e 18% nos últimos meses do ano, o que não é suficiente para repor o que se gasta (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 09h27.

Brasília – Os meses de novembro e dezembro podem ser promissores para muitos trabalhadores, que contam com o décimo terceiro salário para fechar as contas. Esse período, no entanto, não tem o mesmo significado para algumas pessoas. Para empresários, por exemplo, o décimo terceiro é sinônimo de muitas despesas.

Esse é o caso do proprietário de um escritório de representação comercial, Paulo Viana. Segundo ele, mais de 60% de sua renda – pessoal e profissional – são comprometidos com o pagamento do décimo terceiro aos funcionários. Em casa, são dois empregados domésticos; no escritório, mais três pessoas.

“Esta época do ano é apertada. Tenho os mesmos gastos que todos os trabalhadores têm com as festas de fim de ano e impostos. Mas, somado a isso, ainda pago o dobro do salário de cinco pessoas. O orçamento, definitivamente, estoura e tenho que tirar do próprio bolso o que poupei ao longo do ano para arcar com os custos”, disse o empresário, que paga o décimo terceiro de todos os seus funcionários em uma única parcela, na folha de novembro ou dezembro.

De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Geraldo Araújo, o peso da folha de pagamento no balanço geral de uma empresa no fim do ano aumenta significativamente. Em média, gasta-se entre 18% e 22% do faturamento com pessoal. Em novembro e dezembro, esse percentual dobra.


“Nós temos esse acréscimo em nossa conta por causa de uma folha de pagamento a mais por funcionário. A programação de fazer a antecipação da primeira parcela ao longo do ano acaba não ocorrendo porque ficamos presos em investimentos. E isso acaba pesando no faturamento do fim do ano, pois não ganhamos [empresariado] dobrado”, explicou Araújo. 

De acordo com ele, os ganhos do comércio varejista têm incremento entre 10% e 18% nos últimos meses do ano, o que não é suficiente para repor o que se gasta.

Segundo o presidente da CDL, a solução acaba sendo pegar capital de giro em instituições bancárias e diluir o valor dos pagamentos em aproximadamente seis meses.

O equilíbrio das contas, assim, volta ao normal em maio, quando as prestações dos empréstimos são quitadas. As linhas de crédito voltadas a esse público geralmente oferecem juros mais baixos e prazos mais flexíveis.

“Inclusive, essa é uma das razões pelas quais não conseguimos antecipar o décimo terceiro. Vamos respirar com as contas equilibradas em meados do ano. Só a partir daí podemos aplicar no que a empresa requer e em melhorias. A primeira parcela do décimo terceiro acaba ficando para o fim do ano mesmo”, acrescentou Araújo.

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