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Empresários argentinos divergem sobre desapropriação da YPF

Segundo Associação Empresarial Argentina, desapropriação deverá ser fato excepcional ou haverá queda no investimento estrangeiro direto no país

Empresários temem queda de investimento direto na Argentina (Getty Images)

Empresários temem queda de investimento direto na Argentina (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2012 às 13h03.

Buenos Aires - A Associação Empresarial Argentina (AEA), uma das mais importantes do país, advertiu neste sábado que a desapropriação da companhia petrolífera YPF deve ser 'um fato excepcional', porque caso contrário haverá uma queda no investimento estrangeiro direto no país.

Já os empresários alinhados à União Industrial Argentina (UIA) deram respaldo à decisão do governo de Cristina Kirchner por considerarem que o país precisa ter uma política de estado em matéria de hidrocarbonetos.

As posições das duas maiores associações empresariais argentinas foram anunciadas cinco dias depois de o governo ter anunciado a intervenção da YPF e a apresentação de um projeto de lei para expropriar 51% das ações da companhia petrolífera que estão sob controle da espanhola Repsol.

'Em uma sociedade democrática moderna, um papel decisivo do Estado é o de garantir um marco de previsibilidade, de regras de jogo e de respeito aos contratos que permitam às empresas privadas fazer investimentos, gerar empregos, introduzir inovações e ganhar mercados externos', destaca a AEA em comunicado.

'Neste caso, a desapropriação de uma empresa privada deve ser considerada uma exceção', diz a associação.

Segundo a entidade, presidida por Jaime Campos, é de 'vital importância' que 'caso ocorra a desapropriação, ela seja feita respeitando rigorosamente a Constituição argentina, que em seu artigo 17 requer que seja realizada por motivo de utilidade pública qualificada por uma lei e previamente indenizada'.

A AEA sustentou que a Argentina faz parte de 'uma comunidade internacional de nações na qual imperam normas, procedimentos e formas de atuar que devem ser respeitadas'.


'Não fazê-lo resultará em uma queda no investimento estrangeiro direto. Além disso, para as empresas argentinas aumentarão as dificuldades para conseguir financiamento internacional, assim como para comercializar seus produtos e serviços nos mercados de outros países', acrescentou.

Por sua vez, em declarações à 'Rádio 10' de Buenos Aires, o presidente da UIA, José Ignacio de Mendiguren, respaldou a decisão oficial sobre a YPF.

'Vamos na direção de ter uma política de Estado', declarou Mendiguren, que considera o processo 'representa um desafio para os próximos anos'.

No entanto, o dirigente disse que em sua entidade há 'diferentes abordagens a serem escutadas', e indicou que sua ambição é que o país tenha 'uma Petrobras argentina', em alusão ao modelo da estatal brasileira.

O Senado argentino debaterá na próxima quarta-feira a proposta de lei que dispõe a desapropriação de 51% das ações Classe D da companhia petrolífera em mãos da Repsol, dona de um pacote total de 57,43%, e também de títulos da YPF Gás em posse da empresa espanhola.

Cristina Kirchner garantiu nesta sexta-feira que, por respeito à 'soberania' da Espanha, não responderá às represálias anunciadas pelo governo espanhol, que tomou medidas para limitar as importações de biodiesel da Argentina como reação à desapropriação da YPF.

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