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Em teleconferência, Papandreou deve garantir reformas

O primeiro-ministro também pedirá à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, que diminuam suas críticas em relação à Grécia

O governo de Papandreou já obteve os 151 votos requeridos (Andreas Rentz/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2011 às 14h59.

Londres - O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, pedirá hoje à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, que diminuam suas críticas em relação à Grécia e controlem vazamentos de informações de que o endividado país declararia default (calote), segundo pessoas próximas à agenda da teleconferência entre eles, programada para hoje.

Em contrapartida, Papandreou vai dizer a Merkel e a Sarkozy que ele está determinado a fazer cortes no funcionalismo público, acelerar as privatizações e pressionar por reformas estruturais a fim de controlar o déficit orçamentário, contaram as mesmas fontes. "O primeiro-ministro vai dizer a seus colegas que a Grécia entendeu a mensagem (de que não pode mais prorrogar duras medidas) e que há um grande esforço para colocar nos trilhos o programa firmado com os credores", informou uma das pessoas envolvidas nas preparações da teleconferência.

A teleconferência não deve produzir novas decisões relacionadas à ajuda financeira à Grécia, mas é vista como um prelúdio da reunião entre ministros das Finanças na sexta-feira em Wroclaw, na Polônia. A Grécia tem sido pressionada nos últimos dias após representantes da chamada troica - União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) - pedirem novas medidas para que a Grécia receba, neste mês, outra tranche do pacote de resgate de ? 110 bilhões.

Os representantes da troica vão retornar a Atenas nesta semana, quando deverão cobrar detalhes sobre o tempo para implementar reduções no déficit do país. Os credores acusam Atenas de evitar duras medidas, como demissões no setor público, e de atrasar privatizações já acordadas, o que teria provocado uma série de alertas de líderes da zona do euro alegando que, a menos que a Grécia faça o que é preciso que seja feito, a ajuda financeira será interrompida. Isso tem gerado comentários, incluindo na mídia mundial, de que a Grécia pode declarar default e até mesmo deixar a zona do euro.


Já o governo grego diz que há planos de cortar 100 mil empregos no setor público, o que seria a maior reforma na história do emprego no país. Há possibilidade de esse número subir para 200 mil, conforme uma recomendação apresentada pela Organização pelo Desenvolvimento e Cooperação Econômica. As demissões no setor público seriam feitas por meio de um pool de reserva. Trabalhadores seriam colocados nesse pool com 60% do salário-base, durante um ano. Se eles não encontrarem outro emprego durante esse período, seriam demitidos, disseram autoridades gregas.

Papandreou, Sarkozy e Merkel também devem discutir um segundo programa de resgate, no valor de ? 109 bilhões para a Grécia por meio da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), um fundo de resgate europeu que atualmente passa por reformas que ainda devem ser aprovadas por parlamentos dos países da zona do euro.

O segundo programa de resgate seria direcionado para detentores privados da dívida grega, que receberiam a proposta de trocar os bônus que eles possuem por novos, com prazos mais longos. Até agora, no entanto, a Grécia não tem conseguido reunir 90% de participação entre credores do setor privado.

Autoridades gregas acreditam que o tranche (parcela) de setembro referente ao primeiro empréstimo será liberado no prazo, após Atenas aprovar um novo imposto sobre a propriedade, com o objetivo de cobrir um rombo de ? 2 bilhões. Há dúvidas, porém, quanto à próxima prestação.

A crença de que o tranche de setembro está a caminho condiz com visões similares expressas na semana passada por autoridades do FMI familiarizadas com o tema. Entretanto, essas mesmas autoridades disseram que os credores não aceitarão novos desvios dos cortes acordados. Mensagem que teria sido entendida por Atenas. A próxima prestação do pacote de resgate do ano passado será decidida em dezembro. "Está muito claro que é a última chance para a Grécia", disse um oficial sênior do governo grego. As informações são da Dow Jones.

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Em contrapartida, Papandreou vai dizer a Merkel e a Sarkozy que ele está determinado a fazer cortes no funcionalismo público, acelerar as privatizações e pressionar por reformas estruturais a fim de controlar o déficit orçamentário, contaram as mesmas fontes. "O primeiro-ministro vai dizer a seus colegas que a Grécia entendeu a mensagem (de que não pode mais prorrogar duras medidas) e que há um grande esforço para colocar nos trilhos o programa firmado com os credores", informou uma das pessoas envolvidas nas preparações da teleconferência.

A teleconferência não deve produzir novas decisões relacionadas à ajuda financeira à Grécia, mas é vista como um prelúdio da reunião entre ministros das Finanças na sexta-feira em Wroclaw, na Polônia. A Grécia tem sido pressionada nos últimos dias após representantes da chamada troica - União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) - pedirem novas medidas para que a Grécia receba, neste mês, outra tranche do pacote de resgate de ? 110 bilhões.

Os representantes da troica vão retornar a Atenas nesta semana, quando deverão cobrar detalhes sobre o tempo para implementar reduções no déficit do país. Os credores acusam Atenas de evitar duras medidas, como demissões no setor público, e de atrasar privatizações já acordadas, o que teria provocado uma série de alertas de líderes da zona do euro alegando que, a menos que a Grécia faça o que é preciso que seja feito, a ajuda financeira será interrompida. Isso tem gerado comentários, incluindo na mídia mundial, de que a Grécia pode declarar default e até mesmo deixar a zona do euro.


Já o governo grego diz que há planos de cortar 100 mil empregos no setor público, o que seria a maior reforma na história do emprego no país. Há possibilidade de esse número subir para 200 mil, conforme uma recomendação apresentada pela Organização pelo Desenvolvimento e Cooperação Econômica. As demissões no setor público seriam feitas por meio de um pool de reserva. Trabalhadores seriam colocados nesse pool com 60% do salário-base, durante um ano. Se eles não encontrarem outro emprego durante esse período, seriam demitidos, disseram autoridades gregas.

Papandreou, Sarkozy e Merkel também devem discutir um segundo programa de resgate, no valor de ? 109 bilhões para a Grécia por meio da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), um fundo de resgate europeu que atualmente passa por reformas que ainda devem ser aprovadas por parlamentos dos países da zona do euro.

O segundo programa de resgate seria direcionado para detentores privados da dívida grega, que receberiam a proposta de trocar os bônus que eles possuem por novos, com prazos mais longos. Até agora, no entanto, a Grécia não tem conseguido reunir 90% de participação entre credores do setor privado.

Autoridades gregas acreditam que o tranche (parcela) de setembro referente ao primeiro empréstimo será liberado no prazo, após Atenas aprovar um novo imposto sobre a propriedade, com o objetivo de cobrir um rombo de ? 2 bilhões. Há dúvidas, porém, quanto à próxima prestação.

A crença de que o tranche de setembro está a caminho condiz com visões similares expressas na semana passada por autoridades do FMI familiarizadas com o tema. Entretanto, essas mesmas autoridades disseram que os credores não aceitarão novos desvios dos cortes acordados. Mensagem que teria sido entendida por Atenas. A próxima prestação do pacote de resgate do ano passado será decidida em dezembro. "Está muito claro que é a última chance para a Grécia", disse um oficial sênior do governo grego. As informações são da Dow Jones.

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