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Em resposta a protestos, Haiti promete cortes e investigar PetroCaribe

Desde 7 de fevereiro, manifestantes pedem a renúncia do presidente e um inquérito independente sobre o paradeiro dos fundos do acordo PetroCaribe

Haiti: a expectativa é que os protestos recomecem nesta semana (Jessica Obert/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Haiti: a expectativa é que os protestos recomecem nesta semana (Jessica Obert/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 12h05.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2019 às 12h24.

Santo Domingo — O governo do Haiti prometeu aprofundar uma investigação sobre a suposta corrupção no programa de petróleo PetroCaribe e reduzir seus gastos na tentativa de satisfazer algumas das exigências dos manifestantes enquanto protestos assolam o país.

Durante um pronunciamento televisionado na noite de sábado, o primeiro-ministro Jean-Henry Céant anunciou nove medidas para aliviar a crise econômica haitiana. Ele disse que o governo cortará 30 por cento de seus gastos, conversará com o setor privado para tentar elevar o salário mínimo e indicará um novo diretor para intensificar o inquérito na PetroCaribe.

"Eu e os membros do governo ouvimos a voz (da oposição), ouvimos este brado, entendemos sua raiva e indignação", afirmou Céant.

Desde 7 de fevereiro, milhares de manifestantes pedem a renúncia do presidente Jovenel Moise e de Céant e um inquérito independente sobre o paradeiro dos fundos do acordo PetroCaribe, uma aliança entre países caribenhos e a Venezuela.

Os termos preferenciais do acordo para a compra de energia deveriam ajudar a liberar fundos para auxiliar o desenvolvimento do país, assolado por desastres naturais e listado como o mais pobre das Américas, segundo o Banco Mundial.

Céant alertou que os protestos criam o risco de instigar uma crise humanitária.

"A população sofre muito, porque estradas bloqueadas não conseguem entregar água potável, alimentos, gasolina. É quase impossível ter eletricidade", disse Céant, que vinha mantendo silêncio sobre os protestos, que supostamente deixaram vários mortos e muitos outros feridos.

Desde que as manifestações começaram, vários governos estrangeiros, como os de Estados Unidos e Canadá, instruíram seus cidadãos a evitarem viajar para o Haiti.

A expectativa é que os protestos recomecem nesta semana.

Para combater a crise econômica, o governo reduzirá as despesas diminuindo as viagens ao exterior e a contratação de conselheiros, segundo Céant. O governo também buscará mais investimento externo para reanimar a economia, acrescentou.

Moise ainda pediu diálogo entre governo e oposição durante um discurso feito na quinta-feira.

Em um comunicado emitido no sábado, o Fórum Econômico do Setor Privado, um grupo empresarial do Haiti, elogiou o pedido de diálogo do governo, mas disse que a crise é o resultado da "falta de liderança" de Moise.

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