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Em nova frente, ação de Israel deixa mais de 15 mortos na Cisjordânia

ONU declarou estar 'profundamente preocupada' com a situação

Cidade de Jenin foi uma das atingidas pela operação israelense (Jaafar Ashtiyeh/AFP)

Cidade de Jenin foi uma das atingidas pela operação israelense (Jaafar Ashtiyeh/AFP)

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 08h27.

O exército israelense informou que matou sete combatentes palestinos no segundo dia de uma "operação antiterrorista" em grande escala na Cisjordânia. A operação, segundo IWafa, agência de notícias oficial da Autoridade Palestina, deixou 17 mortos em 48 horas. O exército israelense disse que 16 militantes foram mortos pela Cisjordânia.

A ação de Israel ocorre paralelamente à guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza e às tensões com o Hezbollah na fronteira com o Líbano.

Forças de Israel invadiram uma mesquita na Cisjordânia na quinta-feira, onde disseram que armas estavam sendo armazenadas, e se envolveram em tiroteios que deixaram pelo menos cinco palestinos mortos, incluindo um jovem comandante militante que Israel diz ser responsável por ataques contra civis israelenses. A ação de Israel também atingiu dois campos de refugiados, onde grupos que lutam contra a ocupação israelense são muito ativos.

Foi o segundo dia consecutivo de uma incursão no norte da Cisjordânia - focada nas cidades de Nablus, Tubas, Tulkarem e Jenin - envolvendo colunas de veículos blindados, frotas de drones e centenas de tropas. Os ataques são as maiores ações militares de Israel na Cisjordânia em mais de um ano.

O comandante morto nos combates de quinta-feira, Muhammad Jaber, liderou o braço local do grupo militante Jihad Islâmica. A Jihad Islâmica, como seu aliado, o Hamas, recebe apoio financeiro, armas e treinamento do Irã, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.

Preocupação da ONU

Esta operação despertou "profunda preocupação" na ONU, que alertou que poderia "alimentar uma situação já explosiva na Cisjordânia ocupada". Seu secretário-geral, António Guterres, exigiu na rede social X o "fim imediato" da intervenção e condenou "firmemente as perdas de vidas humanas, especialmente de crianças".

O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertou nesta quinta-feira que estão sendo realizadas "operações militares perto de hospitais", e que há "danos graves" causados "em numerosos locais".

Incursões militares israelenses são comuns na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967. No entanto, é incomum que ocorram simultaneamente em várias cidades.

Desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino em solo israelense no dia 7 de outubro, a violência se intensificou na Cisjordânia. Autoridades israelenses haviam anunciado ontem a "eliminação” de nove combatentes.

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