Barack Obama: "Há uma chance de chegarmos a um acordo se o Irã tomar medidas significativas e verificáveis para assegurar ao mundo de que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos" (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 14h56.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou uma mensagem em vídeo para os iranianos nesta quinta-feira afirmando haver uma chance de se chegar a um acordo nuclear com o Irã, caso Teerã adote medidas verificáveis pelo Ocidente de que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos.
"Eu não me iludo. Isso vai ser difícil", disse Obama em uma mensagem para marcar o feriado iraniano de Nowruz. "Mas eu estou comprometido com a diplomacia, porque acredito haver base para uma solução prática." Os Estados Unidos e outros cinco potências estão tentando chegar a um acordo abrangente para impedir o Irã de desenvolver sua capacidade de bomba nuclear, com a aproximação do fim de um acordo temporário de seis meses implementado em 20 de janeiro.
Sob esse acordo, que pode ser renovado, o Irã concordou em frear seu programa nuclear em troca de acesso a mais de 4 bilhões de dólares em receitas de petróleo que tinham sido congeladas por sanções ocidentais.
A mensagem de Obama foi destinada a estimular a boa vontade do povo iraniano e incentivá-los a acolher um acordo nuclear.
"Há uma chance de chegarmos a um acordo se o Irã tomar medidas significativas e verificáveis para assegurar ao mundo de que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos", disse Obama. "O Irã teria acesso a energia nuclear para fins pacíficos".
A iniciativa de Obama gerou controvérsia no Congresso dos Estados Unidos. Uma ampla maioria dos senadores norte-americanos pediu a Obama nesta semana para insistir que qualquer acordo final deixe claro que o Irã "não tem o direito inerente ao enriquecimento no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear".
Em sua mensagem, Obama disse que um acordo ajudaria a levar o Irã a um novo caminho e a aliviar as dificuldades econômicas causadas pelas "sanções".