Em discurso, Trump agora ataca Michelle Obama
Trump questionou até que ponto Michelle "gosta tanto de Hillary" ao relembrar uma frase dita pela primeira dama sobre a candidata
AFP
Publicado em 22 de outubro de 2016 às 13h16.
Última atualização em 22 de outubro de 2016 às 16h36.
Pela primeira vez nesta campanha presidencial, Donald Trump transformou a primeira-dama, Michelle Obama, nesta sexta-feira (21), no alvo preferencial de sua oratória agressiva, atacando-a por comentários seus sobre Hillary Clinton no passado.
Durante um discurso em Fletcher, na Carolina do Norte, Trump disse que o país era governado por "um grupo de perdedores e de bebês", e que o presidente Barack Obama e sua mulher apenas queriam "sair para fazer campanha".
Trump foi além e disse ter claro até que ponto Michelle "gosta muito de Hillary".
"Mas não foi ela quem disse que 'se não pode cuidar da sua casa não é capaz de cuidar da Casa Branca, ou cuidar do país?!'" - alfinetou.
Foi Michelle "que começou com isso. Nós não podemos dizer isso, é muito baixo. Mas ela disse isso e, agora, ninguém fala disso", apontou Trump.
Em um discurso pronunciado nas prévias democratas do Partido Democrata de 2008 e a favor de seu marido, o então senador Obama, Michelle havia dado uma dura estocada em Hillary, também pré-candidata, pelas infidelidades de seu marido Bill.
"Um dos mais importantes aspectos dessa eleição é mostrar como deve ser uma boa família. E penso que, se não pode administrar sua própria casa, não pode administrar a Casa Branca", disse Michelle na época, em uma frase inequivocamente considerada uma referência ao casal Clinton.
Nesta campanha, porém, Michelle pronunciou vários discursos a favor de Hillary, em especial em 13 de outubro, no qual humilhou e criticou Trump e seu comportamento pelas denúncias de assédio às mulheres.
Um porta-voz da Casa Branca já havia advertido Trump, depois desse discurso de Michelle.
"Não posso imaginar uma forma mais audaz para que Donald Trump perca ainda mais sua estatura do que atacar a primeira-dama dos Estados Unidos", disse Eric Schultz, um porta-voz do governo americano.