Em discurso anual, Putin acusa Ocidente de ter começado guerra na Ucrânia
Discurso vem dias antes do primeiro aniversário da guerra, que aocntece em 24 de fevereiro
Agência de notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2023 às 08h28.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2023 às 08h29.
O presidente russo, Vladimir Putin , criticou o Ocidente em seu discurso anual sobre o estado da nação nesta terça-feira, 21, em uma manifestação que deve lançar luz sobre como o Kremlin vê aguerra na Ucrânia, e definir o tom para o próximo ano.Putin frequentemente justifica a invasão do país vizinho acusando as nações ocidentais de ameaçarem a Rússia."Foram eles que começaram a guerra. E estamos usando a força para encerrá-la", disse Putin, diante de uma audiência de legisladores, autoridades estatais e soldados que lutaram na Ucrânia.
Embora a Constituição exija que o presidente faça o discurso anualmente, Putin não discursou em 2022, quando suas tropas invadiram a Ucrânia. Agora, o discurso vem dias antes doprimeiro aniversário da guerra, que acontece na sexta-feira (24).Antes do discurso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o líder russo se concentraria na "operação militar especial" na Ucrânia, na economia e nas questões sociais da Rússia. Muitos observadores previram que a fala também abordaria as consequências de Moscou com o Ocidente - e Putin começou com palavras fortes para esses países.
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O Ocidente está ciente de que "é impossível derrotar a Rússia no campo de batalha", por isso lança "ataques de informação agressivos" ao "interpretar mal os fatos históricos", atacando a cultura, a religião e os valores russos, disse Putin no discurso transmitido por todas as TVs e canais estatais do país. Ele também afirmou que suas forças estão protegendo civis em regiões da Ucrânia que Moscou anexou ilegalmente desde então."Estamos defendendo a vida das pessoas, nossa casa", alegou. "E o Ocidente está lutando por uma dominação ilimitada."
Neste ano, o Kremlin barrou a mídia de países "hostis", cuja lista inclui os EUA, o Reino Unido e a União Europeia.Peskov disse que os jornalistas dessas nações poderiam cobrir o discurso assistindo à transmissão.
O presidente russo já havia adiado o discurso anual à nação antes: em 2017, quando a manifestação foi remarcada para o início de 2018. No ano passado, o Kremlin também cancelou dois outros grandes eventos anuais - a coletiva de imprensa de Putin e uma tradicional maratona de telefonemas, em que as pessoas fazem perguntas ao presidente russo.