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Em aparente tranquilidade, Egito prepara-se para o "Dia da Saída"

Manifestantes da oposição pedem para que o presidente do país, Hosni Mubarak, renuncie ao poder ainda hoje

Homem observa conflito no centro do Cairo, no Egito, na última quinta-feira (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Homem observa conflito no centro do Cairo, no Egito, na última quinta-feira (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 05h39.

Cairo - O Egito prepara-se para uma nova leva de protestos nesta sexta-feira, no chamado "Dia da Saída", que tenta resumir o desejo de manifestantes da oposição para que o presidente do país, Hosni Mubarak, renuncie ao poder ainda hoje.

Assim como na sexta-feira passada, os egípcios estão reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, e em outros pontos da capital, para ao fim das orações do meio-dia iniciarem os protestos contra o regime.

O término das orações varia de acordo com as mesquitas, mas costuma ser por volta das 13h da hora local (9h de Brasília).

A situação no Cairo, especialmente no centro da cidade, parece ser tranquila, e não há registros de novos tiroteios, que na madrugada de quinta-feira deixaram pelo menos cinco mortos.

Os disparos foram feitos por supostos partidários do regime de Mubarak, concentrados em volta da praça Tahrir, onde fazem guarda milhares de militantes da oposição para manter acesa a chama da revolta popular que começou em 25 de janeiro.

Na quinta-feira, houve vários choques entre partidários do regime e manifestantes contrários a Mubarak, especialmente nos arredores da praça Tahrir, o que causou a morte de mais três pessoas, segundo fontes oficiais.

Estes atos de violência acontecem em momento em que, aparentemente, se esgotaram as vias políticas, já que a oposição se nega a dialogar com o regime enquanto Mubarak seguir no poder, apesar da oferta do Governo de iniciar um contato para superar a crise.

"Não vemos nenhuma utilidade em um diálogo com um regime ilegítimo, infrator da Constituição", assinalou na noite de quinta-feira Mohammed Mursi, porta-voz da Irmandade Muçulmana, o mais importante grupo da oposição egípcia.

O vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, assegurou na quinta-feira que o regime de Mubarak iniciou um diálogo com forças políticas, mas não as identificou.

Este contato, acrescentou Suleiman, procura definir as reformas que são necessárias com vistas às eleições presidenciais de setembro, às quais o vice-presidente assegurou que não se apresentarão Mubarak nem seu filho mais novo, Gamal, favorito para sucedê-lo.

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