Eleições nos EUA: Trump lidera a corrida presidencial republicana para 2024, mostra pesquisa
Donald Trump tem 54% das intenções de voto, vantagem de 37 pontos sobre seu principal rival, Ron DeSantis, indica estudo
Agência de notícias
Publicado em 31 de julho de 2023 às 10h26.
Última atualização em 31 de julho de 2023 às 11h49.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump lidera a corrida pela indicação do Partido Republicano à disputa pela Presidência em 2024, com 54% das intenções de voto, uma vantagem de 37 pontos percentuais de seu principal rival, o governador da Flórida, Ron DeSantis, apontou a primeira pesquisa The New York Times/Siena College da campanha 2024.
Trump detém vantagens amplas em quase todos os grupos demográficos, regiões do país e alas ideológicas do partido, indicou a pesquisa, acrescentando que os possíveis eleitores republicanos ignoram as preocupações sobre os problemas legais do ex-presidente.Trump lidera com margem entre homens e mulheres, eleitores mais jovens e mais velhos, moderados e conservadores, os que fizeram faculdade e os que não fizeram, e nas cidades, subúrbios e áreas rurais.
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Trump vs. DeSantis
A pesquisa mostra que alguns dos argumentos centrais da campanha de DeSantis — que ele é mais elegível do que Trump e que governaria com mais eficácia — até agora não conseguiram se concretizar. Mesmo os republicanos motivados pelo tipo de questões que alimentaram a ascensão de DeSantis, como lutar contra a “ideologia radical woke”, favoreceram o ex-presidente. Na pesquisa, DeSantis aparece com apenas 17% das intenções de voto.
A pesquisa revela outros sinais preocupantes para DeSantis. Ele teve seu pior desempenho em alguns dos maiores e mais influentes recortes do Partido Republicano. Ele obteve apenas 9% de apoio entre os eleitores com pelo menos 65 anos e 13% daqueles sem diploma universitário. Os republicanos que se descrevem como "muito conservadores" favoreceram Trump por uma margem de 50 pontos, 65% a 15%.
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Apesar disso, nenhum outro desafiante sério de Trump surgiu além de DeSantis. O ex-vice-presidente Mike Pence, a ex-embaixadora nas Nações Unidas Nikki Haley e o senador Tim Scott, da Carolina do Sul, obtiveram 3% cada um. Chris Christie, ex-governador de Nova Jersey, e Vivek Ramaswamy, empresário, receberam apoio de apenas 2% dos entrevistados.
No entanto, mesmo que todos esses candidatos desaparecessem e DeSantis conseguisse uma hipotética disputa individual contra Trump, ele ainda perderia por uma margem larga, 62% a 31%, segundo a pesquisa. Isso é um forte lembrete de que, apesar de toda a preocupação entre as forças antiTrump de que o partido se dividiria em uma repetição de 2016, Trump está pronto para derrotar até mesmo uma oposição unificada.
Julgamento de Trump
A pesquisa ocorre menos de seis meses antes da primeira disputa das primárias de 2024 e antes dos debates. Em uma era da política americana definida por sua volatilidade, os problemas legais de Trump — seus julgamentos ameaçam se sobrepor às primárias — representam um fator de imprevisibilidade.
Por enquanto, porém, Trump parece corresponder tanto ao humor rabugento do eleitorado republicano, 89% dos quais veem a nação indo na direção errada, quanto ao desejo dos republicanos de lutar contra os democratas.
Tanto Trump quanto DeSantis mantêm fortes avaliações favoráveis dos republicanos, 76% e 66%. O fato de DeSantis ainda ser querido depois de forte cobertura de notícias questionando sua capacidade de se conectar com os eleitores e mais de US$ 20 milhões (R$ 94,6 milhões) em anúncios de ataque de Trump demonstra uma certa resiliência. Sua equipe política argumentou que sua imagem positiva geral com os eleitores republicanos fornece uma base sólida sobre a qual trabalhar.
Mas a intensidade do apoio do ex-presidente é uma diferença fundamental, já que 43% dos republicanos têm uma opinião "muito favorável" de Trump. A facção verdadeiramente antiTrump do eleitorado republicano parece representar 1/4 dos republicanos, dificilmente o suficiente para destroná-lo.
Apenas 19% do eleitorado disse que o comportamento de Trump após sua derrota em 2020 ameaçava a democracia americana. E apenas 17% veem o ex-presidente como tendo cometido algum crime federal grave, apesar de seu indiciamento por um grande júri federal sob a acusação de manuseio incorreto de documentos confidenciais e o recebimento de uma chamada carta-alvo no caso interferência eleitoral apresentado pelo escritório do procurador especial, Jack Smith.
No entanto, o controle de Trump sobre o Partido Republicano é tão forte, que em uma disputa frente a frente com DeSantis, Trump ainda receberia 22% dos votos entre os eleitores que acreditam que ele cometeu graves crimes federais — parcela maior do que os 17% que DeSantis recebeu do eleitorado.