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Eleições no Panamá: Justiça confirma candidatura de nome favorito na disputa às vésperas da votação

José Raúl Mulino substituiu Ricardo Martinelli, inabilitado após ter sido confirmada uma pena de quase 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro

O candidato José Raúl Mulino na Cidade do Panamá em 28 de abril de 2024 (María Isabel Sánchez e Juan José Rodríguez/AFP)

O candidato José Raúl Mulino na Cidade do Panamá em 28 de abril de 2024 (María Isabel Sánchez e Juan José Rodríguez/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2024 às 17h05.

Última atualização em 3 de maio de 2024 às 19h18.

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A Suprema Corte de Justiça do Panamá declarou nesta sexta-feira, 3, constitucional a candidatura presidencial do direitista José Raúl Mulino, substituto do ex-presidente inabilitado Ricardo Martinelli e favorito para vencer as eleições de domingo, anunciou o órgão judicial.

A Corte "declara que não é inconstitucional" a decisão do Tribunal Eleitoral que aceitou a nomeação de Mulino no lugar de Martinelli", disse aos jornalistas María Eugenia López, presidente do órgão judicial, reunido a portas fechadas desde terça-feira.

Mulino, advogado de 64 anos, substituiu Martinelli, inabilitado após ter sido confirmada uma pena de quase 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro, e que pediu asilo na embaixada da Nicarágua.

Uma advogada particular apresentou uma ação de inconstitucionalidade contra o Tribunal Eleitoral, argumentando que Mulino não passou por eleições primárias nem tem candidato a vice-presidente, como indicam as leis.

"O que moveu o Tribunal no momento histórico em que nos encontramos é defender a nossa pátria e a democracia, a institucionalidade, a paz social, o direito de eleger e ser eleito e o pluralismo político", explicou a magistrada.

A decisão da Corte manteve o país em suspense na reta final das eleições para as quais três dos 4,4 milhões de panamenhos são chamados a escolher um presidente, em turno único e por maioria simples, além de 71 deputados e governadores.

Mulino, ex-ministro da Segurança de Martinelli (2009-2014) e candidato do partido Realizando Metas (RM), tem 37,6% das intenções de voto, segundo a última pesquisa da empresa Mercadeo Planificado para o jornal La Prensa, publicada quinta-feira.

É seguido pelo ex-presidente socialdemocrata Martín Torrijos (2004-2009), com 16,4%, e pelos advogados de centro-direita Rómulo Roux, com 14,9%, e Ricardo Lombana, com 12,7%.

"Estou feliz porque a verdade, a lei e a Justiça sempre prevalecem no final", reagiu Martinelli no X, ao destacar que "a decisão acertada" da Corte "respeitará a democracia no Panamá".

Para o analista Daniel Toro, "a situação eleitoral é clara", mas "a política está emaranhada": "A relação entre os atores políticos, as expectativas políticas e a tensão sociopolítica continua aumentando", destacou.

"Mulino é Martinelli"

Mulino herdou o apoio do popular Martinelli, cujos partidários destacam uma bonança na economia durante seu governo, impulsionada pela ampliação do canal do Panamá e a construção do primeiro metrô da América Central.

"As pessoas estão realmente dando 100% de apoio a Mulino porque Martinelli tomou a decisão de colocá-lo" como candidato, disse esta semana à AFP Rigoberto Acevedo, um estudante de direito de 27 anos, que acredita que o ex-governante sofre "perseguições".

Apesar de asilado, Martinelli fez campanha por Mulino, o que levou o governo panamenho a protestar contra a Nicarágua. No último domingo, participou por vídeo do encerramento da campanha.

"Martinelli é Mulino e Mulino é Martinelli", é o lema da campanha do candidato de direita.

Mulino evitou dizer o que fará com o ex-governante, mas teria o poder de emitir salvo-conduto para que deixasse a legação nicaraguense.

Segundo pesquisa da empresa Doxa, 65% dos panamenhos acreditam que, se Mulino vencer, o ex-presidente será quem governará nos bastidores.

Mulino esteve em prisão preventiva entre 2015 e 2016 por corrupção, mas foi libertado devido a erros processuais. Ele garante que nesse período foi um "preso político". Foi ministro da Justiça e chanceler durante o primeiro governo panamenho após a queda do ex-ditador Manuel Antonio Noriega em 1989.

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