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Explosão mata mais de 60 em Cabul; EI reivindica ataque

"Dois combatentes do EI detonaram seus cintos explosivos em uma concentração xiita no bairro Dehmazang" da capital, indicou a organização radical

Homem chora após ataque em Cabul, no Afeganistão, que deixou dezenas de mortos (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2016 às 13h35.

Pelo menos 61 pessoas morreram neste sábado, em Cabul, em um duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra uma manifestação de membros da comunidade xiita hazara, minoria no Afeganistão .

"Infelizmente, 61 pessoas morreram e 207 ficaram feridas", indicou um porta-voz do Ministério de Saúde, afirmando que o número de vítimas fatais poderia ser maior.

O EI reivindicou o ataque cometido por dois camicases. "Dois combatentes do EI detonaram seus cintos explosivos em uma concentração xiita no bairro Dehmazang" da capital, indicou a organização radical sunita através de sua agência de notícias Amaq.

Os manifestantes exigiam que uma rede de alta tensão em construção abastecesse com eletricidade a província de Bâmiyân (centro), a mais atrasada economicamente do país, onde vive grande parte da comunidade hazara.

O Ministério do Interior indicou inicialmente que o ataque foi cometido "provavelmente por um camicaze que andava a pé" no meio da multidão.

Mas o presidente Ashraf Ghani assinalou pouco depois em um comunicado, emitido em dari (língua persa no Afeganistão) e em inglês, que ocorreram "várias explosões".

Trata-se do primeiro atentado desde o dia 30 de junho em Cabul e o primeiro de semelhante magnitude reivindicado pelo EI desde sua implantação, no início de 2015, no Afeganistão.

Um fotógrafo da AFP que estava no local do massacre narrou cenas de horror.

"Havia dezenas de corpos, podia contar mais de vinte, alguns totalmente desmembrados (...) Havia poças de sangue por todas as partes".

"Ouvi um barulho ensurdecedor muito próximo a mim. Havia muitos mortos e feridos, não consigo entender onde estou", disse à AFP um dos organizadores do protesto, Jawad Naji.

Manifestação pacífica

A manifestação transcorria pacificamente, comandada por muitas mulheres.

Depois da carnificina, muitos sobreviventes expressavam sua indignação contra a polícia, que isolou com cordas a área, informou o fotógrafo da AFP.

O presidente Ghani expressou sua "tristeza" e denunciou a presença de "terrorista infiltrados em um protesto pacífico".

Entre as vítimas, acrescentou, destacavam-se membros das forças de segurança afegãs.

As milícias dos talibãs, rivais do EI, negaram rapidamente qualquer envolvimento no caso e o atribuíram a "tentativas de criar divisões no seio do povo afegão".

A minoria hazara, com aproximadamente três milhões de membros, sofreu décadas de perseguições e milhares deles foram exterminados no fim dos anos 1990 pela rede Al-Qaeda e pelos talibãs, em sua grande maioria pashtuns sunitas, que governavam o país.

A segurança no Afeganistão diminuiu gravemente nos últimos meses, após a partida de muitas tropas estrangeiras. Essa piora na situação obrigou os Estados Unidos a mudarem de planos, mantendo 8.400 soldados no país, ao invés dos 5.500 inicialmente previstos.

O atentado de 30 de junho, contra um comboio de recrutas da polícias, deixou trinta mortos e cerca de 80 feridos.

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Pelo menos 61 pessoas morreram neste sábado, em Cabul, em um duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra uma manifestação de membros da comunidade xiita hazara, minoria no Afeganistão .

"Infelizmente, 61 pessoas morreram e 207 ficaram feridas", indicou um porta-voz do Ministério de Saúde, afirmando que o número de vítimas fatais poderia ser maior.

O EI reivindicou o ataque cometido por dois camicases. "Dois combatentes do EI detonaram seus cintos explosivos em uma concentração xiita no bairro Dehmazang" da capital, indicou a organização radical sunita através de sua agência de notícias Amaq.

Os manifestantes exigiam que uma rede de alta tensão em construção abastecesse com eletricidade a província de Bâmiyân (centro), a mais atrasada economicamente do país, onde vive grande parte da comunidade hazara.

O Ministério do Interior indicou inicialmente que o ataque foi cometido "provavelmente por um camicaze que andava a pé" no meio da multidão.

Mas o presidente Ashraf Ghani assinalou pouco depois em um comunicado, emitido em dari (língua persa no Afeganistão) e em inglês, que ocorreram "várias explosões".

Trata-se do primeiro atentado desde o dia 30 de junho em Cabul e o primeiro de semelhante magnitude reivindicado pelo EI desde sua implantação, no início de 2015, no Afeganistão.

Um fotógrafo da AFP que estava no local do massacre narrou cenas de horror.

"Havia dezenas de corpos, podia contar mais de vinte, alguns totalmente desmembrados (...) Havia poças de sangue por todas as partes".

"Ouvi um barulho ensurdecedor muito próximo a mim. Havia muitos mortos e feridos, não consigo entender onde estou", disse à AFP um dos organizadores do protesto, Jawad Naji.

Manifestação pacífica

A manifestação transcorria pacificamente, comandada por muitas mulheres.

Depois da carnificina, muitos sobreviventes expressavam sua indignação contra a polícia, que isolou com cordas a área, informou o fotógrafo da AFP.

O presidente Ghani expressou sua "tristeza" e denunciou a presença de "terrorista infiltrados em um protesto pacífico".

Entre as vítimas, acrescentou, destacavam-se membros das forças de segurança afegãs.

As milícias dos talibãs, rivais do EI, negaram rapidamente qualquer envolvimento no caso e o atribuíram a "tentativas de criar divisões no seio do povo afegão".

A minoria hazara, com aproximadamente três milhões de membros, sofreu décadas de perseguições e milhares deles foram exterminados no fim dos anos 1990 pela rede Al-Qaeda e pelos talibãs, em sua grande maioria pashtuns sunitas, que governavam o país.

A segurança no Afeganistão diminuiu gravemente nos últimos meses, após a partida de muitas tropas estrangeiras. Essa piora na situação obrigou os Estados Unidos a mudarem de planos, mantendo 8.400 soldados no país, ao invés dos 5.500 inicialmente previstos.

O atentado de 30 de junho, contra um comboio de recrutas da polícias, deixou trinta mortos e cerca de 80 feridos.

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