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EI precisa ser eliminado, diz ministro da Defesa francês

Depois dos Estados Unidos, a França é o país com o maior número de aviões e tropas envolvidos na coalizão que combate o Estado Islâmico


	Ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian: "é o mesmo inimigo. Nossas forças estão no terreno aqui porque... para nossas tropas é a mesma luta"
 (Nicolas Tucat/AFP)

Ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian: "é o mesmo inimigo. Nossas forças estão no terreno aqui porque... para nossas tropas é a mesma luta" (Nicolas Tucat/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 09h31.

Paris - Os combatentes do Estado Islâmico têm de ser eliminados, disse nesta terça-feira o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, indicando que o país não vai reduzir as operações militares no exterior depois que 17 pessoas foram mortas por militantes franceses em Paris na semana passada.

Depois dos Estados Unidos, a França é o país com o maior número de aviões e tropas envolvidos na coalizão que combate o Estado Islâmico, grupo que no ano passado assumiu o controle de grandes áreas do Iraque e da Síria.

O país também mantém cerca de 3.500 soldados e forças especiais na região do Sahel-Sahara para caçar militantes ligados à Al Qaeda.

A França interveio em janeiro de 2013 no Mali, sua ex-colônia, para expulsar militantes islâmicos, e o ministro da Defesa observou que, passados dois anos, as forças francesas estão agora combatendo a "mesma ameaça" em casa.

"É o mesmo inimigo. Nossas forças estão no terreno aqui porque... para nossas tropas é a mesma luta", afirmou Le Drian à rádio Europe 1, referindo-se aos 10.000 soldados que serão distribuídos por toda a França para proteger potenciais alvos, na sequência do ataque de militantes islâmicos contra o jornal satírico Charlie Hebdo na semana passada.

O Parlamento vai decidir nesta terça-feira sobre a possibilidade de estender a missão militar da França no Iraque, quatro meses após o seu início. Em um vídeo póstumo, um dos autores dos ataques da semana passada citou operações da França no exterior como uma das razões para suas ações, mas não houve grandes pedidos na França para o encerramento das operações contra militantes islâmicos.

"A resposta está dentro e fora da França. O Estado Islâmico é um exército terrorista com combatentes de todos os lugares ... é um exército internacional que tem de ser dizimado, e é por isso que fazemos parte da coligação", disse Le Drian.

Mais de 1.120 cidadãos franceses estão envolvidos em células jihadistas vinculadas ao Iraque e à Síria, dos quais cerca de 400 estão na região.

A mulher suspeita de ser cúmplice de um dos pistoleiros que atacaram um supermercado judaico na semana passada fugiu para a Síria antes dos atentados, disseram as autoridades turcas na segunda-feira.

A França tem 800 militares, nove aviões de combate, uma aeronave de patrulha marítima e um avião de reabastecimento em sua base nos Emirados Árabes Unidos como parte de sua missão no Iraque, bem como um navio de guerra no Golfo Pérsico. O país também opera seis caças Mirage com base na Jordânia.

No entanto, a França descartou a possibilidade de atacar o Estado islâmico na Síria, onde fornece equipamentos e treinamento para as forças "moderadas" que lutam contra o presidente Bashar al-Assad. Não houve qualquer indicação de uma mudança nessa posição nesta terça-feira.

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